domingo, 24 de novembro de 2013

6 mitos insanos sobre sexo que foram ensinados como fatos

É impressionante o tempo que a humanidade levou para mapear o clitóris – isso só ocorreu em 2005, 160 anos após o mapeamento do sistema solar. Para sermos justos, pelo menos agora não perpetuamos mais certas insanidades como fatos médicos. Se você tivesse nascido em uma época diferente, teria um punhado de crenças malucas sobre o sexo e partes do corpo. Confira:

6. Testículos e voz grave
Como a maioria das pessoas na história autorizadas a estudar o corpo humano eram homens e, portanto, obcecados com o propósito dos vulneráveis testículos, a gente conhece basicamente sua função pelo menos desde cerca de o tempo dos gregos antigos. Mas os gregos decidiram que disparar bebês no corpo de uma mulher simplesmente não era incrível o suficiente para ser o único trabalho do nobre testículo. Eles decidiram acrescentar um monte de características completamente injustificadas a ele.
Aristóteles acreditava que os testículos eram “pesos” ligados às cordas vocais através dos vasos sanguíneos. Conforme um menino atingia a puberdade e começava a produzir espermatozoides, os testículos desciam, puxando as cordas vocais e fazendo com que sua voz se “agravasse”.
Os gregos estavam em uma boa posição para testar essa hipótese, considerando que castravam pessoas o tempo todo. A voz de um menino castrado nunca ficava mais grave, o que aparentemente provava a teoria de Aristóteles – de que o peso não estava mais lá para puxar as cordas vocais do menino. A ideia acabou sendo descartada, eventualmente.

5. A anomalia chamada clitóris
Você poderia pensar que um exame anatômico simples deixaria bem claro que o clitóris é uma coisa real. No entanto, a sua existência tem sido objeto de debate científico durante milhares de anos (e muitas vezes é deixada de fora das aulas de educação sexual até hoje). Por exemplo, os gregos pensavam que todos os atos sexuais necessitavam de penetração.
Enquanto os gregos estavam, obviamente, errados, pelo menos eles reconheciam a existência do clitóris. Em 1500, um anatomista belga chamado Andreas Vesalius decidiu que o clitóris não existia, apesar de ser um médico que tinha visto vários deles ao longo de sua carreira. A fim de explicar isso, ele simplesmente chegou à conclusão de que todas as mulheres que possuíam clitóris eram hermafroditas com minúsculos “pênis”, e que mulheres normais “saudáveis” não o tinham.
A razão pela qual Vesalius era tão anticlitóris é que ele tinha uma teoria de que os órgãos genitais das mulheres eram opostos exatos dos masculinos, com o pênis sendo o inverso de uma vagina e os testículos o oposto dos ovários. No entanto, os homens não têm nada que se pareça com um clitóris inverso – então, ao invés de admitir que havia uma falha grave em sua teoria, Vesalius decidiu que todas as mulheres que possuíam clitóris eram anomalias genéticas, o que nos imaginar exatamente quantas mulheres ele se deu ao trabalho de examinar durante o curso de sua “pesquisa”.

4. Vagina lateral
Milhares de imigrantes chineses desembarcaram na Califórnia (EUA) durante os anos 1800. Uma vez que a América era um farol de esperança e liberdade que tinha sido fundada por imigrantes, os chineses foram recebidos de braços abertos de forma cruel. Eles foram tratados da pior maneira possível, forçados a viver em favelas e ocupar os piores postos de trabalho por salários de escravos. E isso foi apenas a consequência para os homens. Muitas mulheres foram levadas à prostituição, uma vez que o duplo golpe de racismo e sexismo significava que era basicamente sua única opção de emprego (quando não estavam sendo vendidas ou sequestradas).
De qualquer forma, em algum momento, um rumor começou entre clientes brancos de bordéis que as mulheres chinesas tinham uma “fenda lateral”, ou seja, suas vaginas eram orientadas horizontalmente, em vez de verticalmente. Apesar do fato de que esta seria um enorme deficiência que, no mínimo, tornaria muito difícil para as mulheres chinesas andar, o rumor dessas prostitutas “exóticas” e suas vaginas impossíveis se espalhou muito.
Como esta besteira conseguiu se perpetuar uma vez que qualquer pessoa tenha decididamente visto as vaginas não é fácil de explicar. Mas não impediu que americanos lutando na Guerra da Coréia alegassem depois que as prostitutas que tinham visitado no exterior tinham a mesma fenda lateral. Se alguém acreditar nisso até hoje, não será surpreendente.

3. Terceiro mamilo
Uma em cada 18 pessoas nasce com um mamilo extra, incluindo Chandler Bing e Zac Efron. E enquanto estes mamilos terciários são geralmente removidos ou confundidos com verrugas, durante a Idade Média, as pessoas pensavam que tinham um significado muito mais sinistro. Quem os tinha era queimado na fogueira.
Naquela época, os homens pensavam que as mulheres andavam nas ruas esperando por sua chance de fazer um pacto com o diabo. Satanás sempre deixava um sinal no corpo de uma mulher que provava que ela havia concordado em fazer sua vontade na terra, o que incluía a marca da bruxa (uma verruga ou sinal de nascença) e a teta da bruxa (um terceiro mamilo). Nenhum poder especial, apenas um mamilo extra, como as pessoas imbecis medievais acreditavam, era prova de que alguém era uma bruxa.
Nesse caso, quem era acusada acabava sendo revistada nua, e qualquer mamilo extra ou mancha de nascença poderia ser evidência suficiente para condená-la, o que muitas vezes resultava em sua morte. Finalmente, mais tarde percebemos que os mamilos extras eram inofensivos.

2. Mamas protetoras
Em nossa cultura sexualizada, é fácil esquecer que os seios servem realmente para uma função biológica, além do seu uso em comerciais de cerveja. Mas, dependendo do período de tempo em que você viveu, essas funções eram completamente diferentes.
Por exemplo, em 1300, Henri de Mondeville, médico do rei da França, escreveu ao seu paciente real que os seios tinham três usos. Mondeville declarou que o primeiro objetivo dos seios, sendo localizados no peito das mulheres, é que estavam em um lugar ideal para homens olharem para eles. Claramente, a sua mente científica era irrepreensível.
Outras duas teorias de Mondeville era que a localização dos seios sobre o coração mantinha o órgão quente, o que o fortalecia de algum modo, e que grandes seios eram particularmente benéficos, porque ajudavam a “aquecer, cobrir e fortalecer” corações e estômagos. Ter peitos grandes, Mondeville fundamentou, era como vestir uma camisola de lã pesada e fazer abdominais constantes, porque ele não sabia nada de anatomia como pensava.
Na década de 1840, um médico inglês teorizou que seios grandes eram idealmente benéficos para mulheres pobres. Desde que a vida abaixo da linha da pobreza era, obviamente, uma série constante de brigas de bêbados, o médico pensou que os seios serviam como um amortecedor natural contra as agressões inevitáveis de seus maridos, ou para quando as mulheres aleatoriamente entravam em competições de boxe.

1. Útero errático
Se há uma coisa que os médicos já sabem há séculos, é que mulheres são “loucas”. Os gregos antigos descobriram o porquê – elas têm um útero, que é algo que os homens não têm e, portanto, deve ser o responsável pela diferença de comportamento entre os sexos. Eles sabiam que o útero era extremamente conveniente para os bebês crescerem, mas o que mais fazia quando não estava em uso?
A teoria era de que, quando uma mulher não estava grávida, o útero poderia realmente se “soltar” e se movimentar pelo corpo como um “animal errático”, passeando por todo o resto do interior de uma senhora com uma mente própria. Às vezes, ele deixava o abdômen e ricocheteava em torno da cavidade torácica como uma bola, o que apenas feria órgãos vitais e levava uma mulher a ficar um pouco louca. Isso explicava perfeitamente a natureza emocional da mulher nos olhos dos gregos antigos, porque elas não tinham permissão para contribuir com a discussão no momento.
Os efeitos do útero errante foram chamados de histeria, e esta teoria foi ensinada como um fato médico até o periódico renascentista. Absolutamente qualquer condição médica que uma mulher poderia ter caía sob o rótulo de “histeria”. Depressão? Histeria. Tontura? Histeria. Câimbra? Obviamente histeria.
Mesmo depois que os médicos descobriram que nenhum órgão poderia se destacar e ir para um passeio ao redor do corpo de alguém, o rótulo de histeria se perpetuou, e mulheres do século 20 foram informadas de que qualquer doença “feminina” era o resultado de seu útero inadequado. Felizmente, no final dos anos 1800, o remédio para histeria era um orgasmo, obtido através de um jato de água, vibrador ou assistência entusiasta do próprio médico. Algumas mulheres passaram a não se importar tanto com a desculpa “meu útero me fez fazer isso”, já que pelo menos o tratamento as favorecia. [Cracked]

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