Mostrando postagens com marcador Bullying. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bullying. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Os 8 tipos de bullying

A agressão tem várias formas e nem sempre é evidente. Conheça as diferentes versões do bullying e os efeitos na vítima e também no autor

Alguns comportamentos parecem, mas não são. Outros não parecem, mas são. Enfrentar as agressões físicas e verbais do bullying pode se transformar num jogo de encaixar peças, que requer a participação das crianças, dos pais e da escola. De olho nisso, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um guia para dar os caminhos da prevenção e do controle desse problema.

Em primeiro lugar, vale dizer que o bullying se caracteriza pela repetição de atitudes agressivas e de intimidação entre estudantes. Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de países que mais abrigam esse comportamento.

Para ter ideia, 43% das crianças e dos jovens estão passando por apuros do tipo. Essa hostilidade tem impacto na saúde mental de todos os envolvidos, sobretudo das vítimas. Mas não há só um tipo de bullying, não. A seguir, conheça as diferentes versões do problema.

Os 8 tipos de bullying

1- Físico
Inclui beliscões, socos, chutes, empurrões e afins. Aproximadamente 3% dos mais jovens pelo mundo passam por ele.

2- Verbal
É o mais comum: relatado por 13% dos estudantes. É composto de apelidos, xingamentos e provocações.

3- Escrito
Quando bilhetes, cartas, pichações, cartazes, faixas e desenhos depreciativos são usados para atacar os colegas.

4- Material
Ter seus pertences danificados, furtados ou atirados contra si faz parte da rotina de cerca de 5% das vítimas.

5- Cyberbullying
A agressão se dá por meios digitais, como e-mail, fotos, vídeos e posts e, em pouco tempo, alcança muita gente. Devido à sua rápida disseminação, hoje a ofensa online chega a ser mais impactante nos círculos escolares.

6- Moral
A tática aqui é difamar, intimidar ou caluniar imitando ou usando trejeitos próprios do alvo como armas.

7- Social
Criar rumores, ignorar, fazer pouco caso, excluir ou incentivar a exclusão com objetivo de humilhar estão entre as artimanhas.

8- Psicológico
Todos os tipos têm um componente que afeta a saúde mental, mas aqui se destaca a pressão na psique induzida por diversos meios.

Os protagonistas
Até quem fica de fora, só olhando o bullying acontecer, tem papel nessa história. Veja:

Espectador
O silêncio ou as risadas dos que estão em volta reforçam, ainda que sem intenção, ataques físicos ou verbais. Muitas vezes, essa conduta é fruto do medo de se tornar o próximo alvo.
O clima de insegurança também é prejudicial para quem está na plateia. Por outro lado, seu suporte ajuda a frustrar o bullying e coibir ações semelhantes. Afinal, quando as pessoas ao redor deixam de apoiar o bullying, o autor tende a ficar sozinho e parar de constranger os alvos.

Alvo
As marcas da perseguição podem ser tão profundas em quem está no olho do furacão que os traumas reverberam para o resto da vida. Diante da coação, alguns se manifestam de forma insegura e não se defendem.
Outros mostram um temperamento mais exaltado e revidam. Tem gente que se sente culpada por sofrer, enquanto outros descontam a frustração nos colegas.

Autor
No bullying, o autor sabe que sua ação poderá machucar o outro, mas faz mesmo assim, sem pesar consequências. Tanto quanto o alvo, quem pratica o bullying precisa de atenção e, em alguns casos, tratamento.
O autor também apresenta um risco maior de desenvolver adversidades mentais. É importante buscar respostas sobre a origem do comportamento hostil. Baixa estima e depressão podem ser tanto causa como consequência do bullying.


Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/ - Por Karolina Bergamo - Ilustração: Bruno Nunes/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O desafio de entender e combater o bullying nas escolas

Combate ao bullying

Estudo do IBGE aponta que, dos 60 mil alunos do Ensino Fundamental entrevistados, cerca de 30% já foram vítimas de violência ou bullying no ambiente estudantil nos 30 dias anteriores à pesquisa.

E 13% deles relataram ter-se envolvido em ao menos um episódio de briga durante o último mês.
Para a professora Marta Angélica Iossi Silva, da USP, tais números não revelam exatamente uma novidade - e nem dizem respeito só à última década.

A professora Marta lidera um grupo composto por psicólogos, enfermeiros e pedagogos que, desde 1985, investiga a violência doméstica e institucional, com ênfase nos casos de bullying.

Porém, mais do que buscar entender o fenômeno, o grupo se empenha na avaliação e implementação de um plano para intervenção, sendo responsável pela criação de redes de apoio e proteção à criança e ao jovem.

"Isso possibilita a ampliação do campo de pesquisa para a família, instituições de saúde, de educação e de acolhimento, além, dos conselhos tutelares", explica a professora.

Bullying: fenômeno antigo, percepção recente

Não há, na língua portuguesa, uma tradução precisa que descreva o real significado do termo bullying.

A palavra, vinda do inglês bully (valentão, brigão), compreende comportamentos com diversos níveis de violência, que vão desde atitudes inoportunas ou hostis, até atos francamente agressivos, que incluem ofensas verbais ou violência física.

Estes atos intencionais acontecem repetidas vezes, sem uma motivação aparente, e causam nas vítimas sentimentos de dor, angústia, exclusão e discriminação.

"Acredita-se que o fenômeno bullying é tão antigo quanto à própria existência da escola. Porém, ele era visto como ações características da infância e adolescência, pertencentes à fase de amadurecimento do ser humano e, não havia nenhuma associação dessas atitudes com violência e, menos ainda, da representatividade desses atos na vida de pessoas que conviveram com esse fenômeno", explica Julliane Messias Cordeiro Sampaio, uma das pesquisadoras do grupo.

Despreparo

Julliane afirma que o bullying está presente em todas escolas, independente de serem privadas ou públicas, de educação básica ou ensino fundamental, situadas em capitais ou em cidades do interior.

"De forma geral, as escolas não estão preparadas para enfrentar este fenômeno. Percebemos que profissionais da educação - professores, diretores e coordenadores - possuem dificuldades para distinguir o bullying de situações de mera indisciplina," comenta a pesquisadora.

Com informações da Agência USP - Imagem: Marcos Santos/USP

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=bullyingescolas&id=7729&nl=nlds