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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Setembro Vermelho: alimentação pode prevenir AVC, infarto e angina


Cardiologista explica como a alimentação pode preservar a saúde cardiovascular, evitando doenças como AVC, infarto e angina

 

As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no Brasil. Por isso, a campanha Setembro Vermelho é fundamental, uma vez que promove a conscientização sobre essas enfermidades e sobre como preveni-las. Uma das formas de prevenção, aliás, é através da alimentação.

 

De acordo com o estudo PURE, (Population Urban and Rural Epidemiology), coordenado no Brasil pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em 2022, aproximadamente 70% das mortes e dos eventos cardiovasculares poderiam ser evitados com o controle efetivo sobre os fatores de risco, como hipertensão arterial e tabagismo.

 

Neste contexto, é fundamental entender como a alimentação pode desempenhar papel crucial na prevenção das doenças cardiovasculares. Isso porque alguns alimentos são aliados na promoção da saúde do coração, fornecendo nutrientes essenciais e ajudando a reduzir o risco de complicações cardíacas. Ao mesmo tempo, é vital estar ciente do que pode prejudicar o coração.

 

AVC (Acidente Vascular Cerebral)

O AVC é uma condição que se divide em dois tipos principais: hemorrágico e isquêmico. “O hemorrágico ocorre quando vasos sanguíneos no interior do cérebro se rompem, resultando em sangramento. Já o isquêmico é o mais incidente e acontece quando há obstrução das vias sanguíneas que abastecem o cérebro, em razão de uma trombose ou embolia”, explica o Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

 

Isso leva a uma variedade de sintomas (semelhantes nos casos de AVC hemorrágico e isquêmico), incluindo perda súbita de força ou sensibilidade, visão prejudicada, alterações na fala e dores de cabeça intensas. É importante destacar que um AVC é uma emergência médica que requer intervenção imediata, destaca o especialista.

 

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) reportou recentemente um preocupante crescimento de 20,2% no número de atendimentos de vítimas de AVC no Estado durante o primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022.

 

Infarto agudo do miocárdio

O cardiologista explica que o infarto agudo do miocárdio é uma emergência médica caracterizada pelo bloqueio das artérias coronárias, bloqueando o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco, que ao ficar sem sangue, perde oxigênio e morre. Quando isso acontece, uma dor no peito intensa se manifesta, e essa dor não é só focada no peito; ela pode se espalhar para áreas como pescoço, axila, costas ou braços.

 

De acordo com o Dr. Leandro, os sintomas prévios são: mal-estar, enjoo, tontura, palidez e falta de ar. “Reconhecer esses sinais é crucial, pois permite um tratamento precoce, o que, por sua vez, melhora significativamente as chances de recuperação”, destaca.

 

Angina

Por fim, o especialista explica que a angina é a manifestação clínica, sintomática, da redução ou interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias que irrigam o coração. Ela pode acontecer concomitantemente ao infarto, ou seja, quando o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco é diminuído, dores intermitentes ou pressão no peito, especialmente durante atividades físicas, podem acontecer.

 

 “É interessante notar que, em alguns casos, o repouso pode aliviar esses sintomas. E, embora seja uma condição séria, a angina geralmente não resulta em danos permanentes ao coração, ao contrário do infarto”, revela o médico.

 

Alimentação e a prevenção de doenças cardiovasculares

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), dietas inadequadas representam um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Portanto, a relação entre alimentação e saúde cardiovascular é inegável e de grande relevância.

 

“Uma dieta equilibrada e consciente, aliada à prática regular de exercícios físicos, pode ajudar a reduzir os fatores de risco associados a doenças cardíacas, como níveis elevados de hipertensão arterial e colesterol. Mas também desempenha um papel crucial na manutenção da saúde do coração a longo prazo”, ressalta o Dr. Leandro.

 

Neste contexto, o cardiologista aponta quais alimentos evitar para preservar a saúde cardiovascular. Confira:

 

Gorduras saturadas, presentes em carnes vermelhas, embutidos como bacon, salsichas, manteiga e queijos gordurosos. São conhecidas por elevar os níveis de colesterol LDL (o “colesterol ruim”), contribuindo para o acúmulo de placas nas artérias coronárias. Assim, aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

Gorduras trans, presentes em produtos ultraprocessados como bolos e fast-food. Não só aumentam o colesterol LDL, mas também diminuem o colesterol HDL (o “colesterol bom”), tornando-as especialmente prejudiciais.

Além disso, o consumo excessivo de sódio, comum em alimentos processados, pode aumentar a pressão arterial.

O açúcar adicionado em bebidas nesses alimentos contribui para inflamação, ganho de peso e resistência à insulina, fatores que podem contribuir para doenças cardíacas.

“Evitar esses alimentos e optar por alternativas saudáveis, como frutas, vegetais e grãos integrais, além de ter o hábito de se exercitar regularmente, é fundamental para promover um estilo de vida com um coração saudável. Ressaltando que qualquer mudança significativa nos hábitos do paciente deve ser avaliada por um profissional de saúde para garantir que seja apropriada e segura de acordo com as necessidades individuais”, conclui o especialista.

 

Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/setembro-vermelho-alimentacao-pode-prevenir-avc-infarto-e-angina.phtml - By Milena Vogado - Foto: Shutterstock


Jesus chamou seus doze discípulos e deu-lhes autoridade para expulsar os espíritos impuros e curar todas as doenças e enfermidades … Curar os enfermos, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos, expulsar os demônios. De graça recebestes; de graça dai. (Mateus 10: 1-8)


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Como identificar os sintomas de infarto em homens e mulheres?

Por não conhecer os sinais, tempo do diagnóstico do problema em mulheres é maior

Infarto ou angina são formas de apresentação da doença arterial coronariana. O músculo cardíaco (miocárdio) é alimentado através das artérias coronárias, que levam sangue da aorta até as fibras. O coração não consegue utilizar o sangue que passa por dentro dele e é bombeado para o restante do corpo. Ao longo da vida, parte do colesterol é depositado dentro das artérias, diminuindo a luz por onde passa o sangue. Essa dificuldade do miocárdio em receber sangue oxigenado leva a sofrimento do músculo (isquemia), causando dor durante o esforço físico. Às vezes essa gordura cresce tanto que rompe para dentro da luz da coronária, obstruindo totalmente o vaso e causando intenso sofrimento e morte das fibras musculares (infarto).

Infarto em homens
Em homens a dor do infarto geralmente é percebida como uma pressão no peito, mal definida, uma dor que a pessoa não sabe dizer de onde vem. Não é possível localizar com um dedo. A dor pode ser acompanhada de suor sem estar sentindo calor ("suor frio"), dor em braços, dor na boca do estômago e até dor na mandíbula. Tonturas e desmaios durante a dor podem acontecer.

Infarto em mulheres
Em mulheres os sintomas variam mais. As dores podem ser descritas como queimação, pontadas, facadas, em região do peito. As dores em mulheres geralmente são subvalorizadas, pois classicamente mulheres antes da menopausa têm menos chance de ter infarto que homens da mesma idade. Hoje mulheres fumam, bebem, tem trabalhos estressantes e se exercitam pouco. Usam anticoncepcionais, que associados a alguns outros fatores de risco, como dieta inadequada e sedentarismo, bem como cigarro, aumentam a chance de trombose e infarto.

Tratamento
O tempo da entrada em um pronto socorro até o diagnóstico é maior para as mulheres, e isso faz diferença na evolução da internação. Em doença coronariana usamos a frase "tempo é músculo", o que significa que quanto mais tempo leva para tratar, maior o dano ao miocárdio. Mulheres são menos submetidas a trombólise que homens - trombólise é o tratamento com uma medicação que tenta desobstruir de forma aguda a coronária durante infarto agudo do miocárdio.
O tratamento para homens e mulheres é o mesmo. Medicação via oral, em casos menos graves. Medicação intravenosa, como trombolíticos, quando observamos que artéria esta completamente obstruída. E angioplastia, sempre que disponível, que permite localizar onde está a obstrução e tratar de uma forma pontual, bem localizada e geralmente de forma mais duradoura que a trombólise. É colocado um "stent", um alicerce de metal por dentro da obstrução para evitar que feche novamente.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Coração mata 3 vezes mais mulheres do que câncer de mama

Em sua habitual caminhada de dez minutos até a estação de metrô, a britânica Rachel Boothroyd começou a sentir, de repente, dores esmagadoras em seu peito, garganta e braços. Então com 37 anos, ela não tinha nenhuma razão para suspeitar de nada sério. Rachel era magra, comia de forma saudável, se exercitava, não fumava e nem tinha histórico familiar de doença cardíaca.

Mas, ao longo dos próximos meses, a dor voltou, tornando-se cada vez mais intensa. “Eu me lembro de estar andando um dia, cerca de sete semanas após as dores começarem, e meu peito estava insuportável. Eu não conseguia respirar e suava em bicas”, conta.

Depois de alguns meses de aguentar as dores no peito, Rachel resolveu ir ao médico. Este, apenas de “olhar para ela”, lhe disse que seu coração estava bem. Como ela tinha plano de saúde privado, foi encaminhada a um cardiologista “por precaução”.

Rachel ficou chocada quando os testes mostraram que ela tinha uma doença cardíaca coronária, na qual uma placa se acumulava no interior das suas artérias, restringindo o fluxo de sangue para seu coração. Uma de suas principais artérias estava 99% bloqueada, e o cardiologista – que também tinha inicialmente tranquilizado-a, dizendo que seu coração estava bem – disse que ela poderia ter tido um enorme e provavelmente fatal ataque cardíaco dentro de dias.

No mesmo momento, ela passou por uma cirurgia que inseriu um stent (um tubo de metal minúsculo) na sua artéria para mantê-la aberta. Isso aliviou sua dor instantaneamente.

“O diagnóstico foi um choque completo porque, como uma mulher, eu sempre acreditei que eu não estava em risco”, disse Rachel.

“Mulher não tem ataque cardíaco”

Muitas mulheres (e até mesmo alguns médicos) não levam a sério a doença cardíaca na população feminina, vendo-a como um “problema masculino”. Mas, de acordo com dados publicados recentemente, só no Reino Unido existem 710 mil mulheres com idade entre 16 a 44 anos com doença cardíaca, em comparação com 570.000 homens da mesma idade. A título de comparação, doença cardíaca coronária mata três vezes mais mulheres do que câncer de mama. É a maior causa de morte de ambos os sexos no mundo todo.

No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4% de todas as mortes registradas em um ano. 60% dessas vítimas são homens – mas grandes 40% são mulheres. Um estudo de 1990 a 2009 descobriu que o risco de morte por doenças cardíacas no Brasil é, apesar de bem parecido, maior para mulheres, com média de 23,35% para eles, e 29,5% para elas.

Apesar disso, de acordo com a Fundação do Coração Britânica, as mulheres são mais propensas a ignorar os sintomas de um ataque cardíaco e não procurar ajuda.

“As mulheres são tão vulneráveis quanto os homens a doenças cardíacas, mas muitas vezes se recusam a reconhecer esse risco”, explica a Dra. Jane Flint, cardiologista. “Mulheres de meia idade estão sob grande pressão para cuidar dos pais idosos e das crianças, por isso não se colocam em primeiro lugar”.

Há também a percepção geral de que essa é uma “doença de homem” – a imagem estereotipada de um cara acima do peso e fumante vem a cabeça de muita gente quando pensamos em “infarto”, por exemplo.

Fatores de risco variados

Embora seja verdade que o excesso de peso e o tabaco sejam fatores de risco para doenças cardíacas, existem outros, talvez menos conhecidos, incluindo a falta de exercício, histórico familiar de doença cardíaca e estresse.

O estresse desencadeia a produção de hormônios como cortisol e adrenalina, o que torna o sangue espesso e mais propenso a coagular. Eles também inflamam o revestimento das artérias, o que produz um depósito viscoso espesso nelas, que, ao longo de muitos anos, pode combinar com colesterol, gordura e cálcio para formar uma placa.

A inflamação também pode tornar o revestimento das artérias mais estreito, reduzindo assim o fluxo sanguíneo ao coração.

Muitas vezes é uma combinação de fatores que leva a um ataque cardíaco. “A dor no peito de Rachel era um sintoma típico, mas ela era uma jovem mulher sem fatores de risco aparentes, por isso ignorou o sinal”, afirma a Dra. Flint.

Quando as dores começaram, Rachel era sócia de um escritório de advocacia. Ela estava trabalhando em um grande negócio e sempre adiava uma consulta médica. “Eu tentei adaptar a minha vida às dores”, conta Rachel.

A dor no peito (ou angina) é um sintoma típico de doenças do coração e é normalmente desencadeada por estresse ou esforço. Normalmente, concentra-se no lado esquerdo do corpo, como no braço esquerdo, o mesmo lado do coração. Os sintomas tendem a durar poucos minutos, mas, se a dor não passar 20 minutos após administração de um tratamento, o paciente está, provavelmente, sofrendo um ataque cardíaco.

Tive um infarto e não percebi

A angina nem sempre é grave e algumas pessoas podem experimentá-la como um ligeiro aperto no peito, formigamento e dormência nas mãos e nos dedos, ou dor no maxilar e pescoço.

“Algumas pessoas podem apenas ficar sem fôlego, por isso é importante investigar qualquer tolerância ao exercício reduzida”, explica a Dra. Flint.

De fato, um estudo americano recente envolvendo 1,4 milhão de pacientes descobriu que 10% mais mulheres do que homens não experimentam a dor no peito no meio de um ataque de coração – a diferença foi maior em mulheres com menos de 55 anos.

Jovens mulheres que sofrem de doenças cardíacas podem ter falta de ar, o que não é doloroso e, portanto, não exige atenção imediata, ou tontura e palpitações. A preocupação maior, no entanto, é que mulheres em seus 20, 30 ou 40 anos que se queixam de dores no peito, como Rachel, não sejam levadas a sério por seus médicos.

“É um mito que a doença coronariana não acontece com pacientes mais jovens”, diz o Dr. Rajay Narain. “Médicos devem avaliar os fatores de risco, que estão presentes em até 95% dos casos de doenças cardíacas”.

Diagnosticada e mal tratada

Pior é quando os especialistas não tratam corretamente mulheres. Com Rachel, os médicos desconsideraram, por exemplo, o fato de que ainda menstruava. Durante um ano após seu stent ser inserido, ela tomou medicamentos para parar a coagulação do seu sangue. Isso levou a períodos de menstruação pesados e ela desenvolveu anemia por perda de sangue.

A deficiência fez com que ficasse muito fraca para lutar contra tosses e resfriados, e ela acabou no hospital. Lá, os médicos descobriram que os níveis de ferro de Rachel eram um terço do que deveriam ser, e ela precisava de uma transfusão de sangue.

“Ninguém pensou que eu poderia precisar de tratamento diferente, porque sou uma mulher jovem. Eu não fui aconselhada a tomar comprimidos de ferro, por exemplo, o que teria ajudado”, conta.

Eventualmente, a doença lhe deu coragem para fazer mudanças. Ela largou seu emprego estressante, e se mudou de Londres a York, um ambiente mais calmo.

O desejo de Rachel é que as mulheres comecem a ver a doença cardíaca de forma diferente. “Lutar com a dor pode ser parte da cultura feminina, tanto que muitas vezes não escutamos nossos corpos. Você não iria ignorar um nódulo em seu peito, por isso não ignore sinais de doença cardíaca”, recomenda. [DailyMailSaudeBrasilScielo]