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domingo, 4 de julho de 2021

Entenda os riscos de misturar álcool e medicamentos


A interação pode ocorrer até com analgésicos: veja quais são os possíveis efeitos colaterais

 

Você provavelmente já viu um alerta sobre o uso de bebidas alcoólicas com algum remédio que tomou. O perigo é real: misturar álcool com certas medicações pode causar vômito, dor de cabeça, perda da coordenação motora, sonolência ou desmaio. Além desses prejuízos, o álcool pode alterar a eficácia de um medicamento.

 

Em linhas gerais, tal interação pode ocorrer com muitos remédios, prescritos ou até naturais. Entretanto, como cada medicamento tem um perfil particular de efeitos colaterais e metabolização, é preciso analisar como cada um deles especificamente interage com o álcool.

 

Vale lembrar que algumas interações podem ser mais acentuadas em pessoas idosas, uma vez que o envelhecimento pode diminuir a tolerância do corpo ao álcool devido a alterações fisiológicas, como menor teor de água no organismo e eliminação renal prejudicada. Assim, elas se tornam mais vulneráveis para efeitos como sonolência ou danos hepáticos.

 

Interações por tipo de medicamentos

Analgésicos: muitos dos medicamentos para controle de dores podem ser comprados sem a necessidade de receita médica, mas isso não significa que não há riscos ao serem utilizados concomitantemente com bebidas alcoólicas. Antitérmicos e anti-inflamatórios, que tenham em sua composição ibuprofeno, naproxeno e acetaminofeno, podem interagir com o álcool e provocar dor no estômago, problemas no fígado e taquicardia, dependendo da dosagem do medicamento e da quantidade de álcool consumida. No caso dos relaxantes musculares, as consequências estendem-se da sonolência e tontura a problemas mais perigosos, como risco aumentado para convulsões, prejuízo de memória, diminuição da frequência respiratória e dificuldade de respirar.

 

Antibióticos: o uso de bebida alcoólica concomitante a alguns antibióticos, como metronidazol, cloranfenicol e sulfas, é contraindicado, pois pode resultar em reação similar ao "efeito antabuse". Esse efeito é caracterizado por: falta de ar, dor de cabeça, dor no peito, enrubescimento da pele, aumento da frequência cardíaca, tontura, náuseas e vômitos. Recomenda-se permanecer sem consumir bebidas alcoólicas de 48h a 72h após o término do tratamento com as medicações citadas, por conta do tempo de metabolização dos remédios.

 

Anticonvulsivantes, antidepressivos, sedativos ou ansiolíticos: sua utilização pode apresentar interações sinérgicas com o álcool, acentuando efeitos como sedação, diminuição da coordenação motora e comprometimento da memória, risco de quedas, entre outros.

 

Não poderia encerrar esse artigo sem alertar para o risco da automedicação. Se não houver indicação médica para o uso de medicamentos, evite! E, se houver, lembre-se que misturar álcool e remédio pode colocar as pessoas em risco de reações perigosas. Converse com seu médico e verifique se a medicação pode interagir com o álcool. Na dúvida, prefira abster-se da bebida.

 

Fonte; https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37694-entenda-os-riscos-de-misturar-alcool-e-medicamentos - Escrito por Arthur Guerra de Andrade

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Bebidas alcoólicas e COVID-19: entenda os riscos


Mitos são perigosos e podem colocar a saúde em risco. Veja as dúvidas mais comuns

 

Após um ano do início da pandemia no Brasil, ainda há muitas dúvidas a respeito da relação entre consumo de bebida alcoólica e COVID-19. Alguns mitos seguem circulando nas redes sociais, apesar de desmentidos por evidências científicas e instituições de saúde renomadas.

 

Diante do atual cenário da doença, mais grave e preocupante no país, combater com mais força a desinformação é uma questão de responsabilidade, uma vez que o uso nocivo de álcool pode fragilizar o sistema imunológico e colocar a saúde em risco. Para ajudar, separei alguns mitos sobre bebidas alcoólicas e COVID-19

 

MITO O consumo de bebidas alcoólicas destrói o vírus que causa a COVID-19.

 

FATO O consumo de bebidas alcoólicas não destrói o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Inclusive, o uso nocivo de álcool pode até aumentar os riscos para a saúde se uma pessoa for infectada pelo vírus. O álcool em gel indicado para higienizar mãos e superfícies tem concentração de 70% de álcool para eliminar o vírus causador da COVID-19. Já as bebidas alcoólicas, ao serem ingeridas, não são efetivas para eliminar o vírus, pois levam à morte quando em concentração no sangue acima a 0,40%.

 

MITO Ingerir bebida com alto teor alcoólico mata o vírus presente no ar inalado.

 

FATO O consumo de álcool não mata o vírus presente no ar inalado, não desinfeta sua boca e garganta, nem oferece qualquer tipo de proteção contra a COVID-19. Vale reforçar que a ingestão abusiva de bebida alcoólica (cerveja, vinho, bebidas destiladas) debilita a imunidade e a resistência ao vírus.

 

Também separei as dúvidas mais comuns com relação às bebidas alcoólicas e a COVID-19. Veja a seguir:

 

Meu teste de COVID-19 deu positivo, mas estou sem sintomas. Posso beber?

Você não deve beber. Por ser uma doença infecciosa, cujo espectro clínico varia de infecções assintomáticas a quadros graves, prefira abster-se de bebida alcoólica neste momento. Lembre-se: o abuso de álcool pode diminuir a resistência do corpo a infecções.

 

Beber pode ajudar a diminuir a ansiedade?

Apesar de poucas doses de álcool levarem a um relaxamento, beber não é uma boa estratégia para lidar com a ansiedade. Seu consumo abusivo pode aumentar sintomas de ansiedade, evoluindo para um ciclo perigoso.

 

Pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool podem ter um quadro mais grave da COVID-19?

Sim. O consumo pesado e crônico de álcool prejudica o sistema imunológico, tornando o corpo um alvo mais fácil para doenças, inclusive infecciosas, como é o caso da COVID-19. Além disso, pessoas com transtorno por uso de álcool podem apresentar outros problemas de saúde, o que as tornaria mais vulneráveis ou até poderia piorar a evolução da doença, por exemplo, no caso de Síndrome de Abstinência.

 

Para finalizar, quero reforçar algumas orientações gerais sobre o consumo de álcool durante a pandemia:

 

Condições de álcool zero continuam valendo: menores de 18 anos, gestantes, pessoas que vão dirigir, que apresentam alguma condição de saúde que possa ser agravada pelo álcool ou não conseguem controlar o seu consumo não devem consumir bebidas alcoólicas.

 

Se você é adulto, fora das condições acima e opta por beber, não ultrapasse uma dose* por dia se for mulher ou duas doses por dia se for homem. Evite intoxicação!

 

Certifique-se de que crianças e jovens não tenham acesso a bebidas alcoólicas e aproveite a convivência mais próxima para conversar sobre os problemas associados à bebida e à COVID-19.

 

Se faz uso de medicamentos que possam interagir com o álcool, mesmo remédios à base de plantas ou sem receita, não misture com bebidas alcoólicas. Isso pode reduzir o efeito dos remédios, aumentar os efeitos do álcool ou gerar reações perigosas.

 

Ao trabalhar em casa, siga as regras usuais do local de trabalho e não beba.

 

E lembre-se: não compartilhe fake news, compartilhe informação de qualidade e embasada em ciência.

 

* Uma dose padrão equivale a 14 g de álcool puro, o que corresponde a 350 mL de cerveja (5% de álcool), 150 mL de vinho (12% de álcool) ou 45 mL de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com 40% de álcool).

 

Fonte: https://professorjosecosta.blogspot.com/2020/10/superando-desafios.html - Escrito por Arthur Guerra de Andrade

sábado, 23 de janeiro de 2021

Estudos alertam para consumo excessivo de álcool por jovens na pandemia


Tendência ocorre em todas as idades, mas aumento do consumo entre jovens e adolescentes oferece ainda mais riscos e requer atenção dos pais

 

Consumo de bebidas alcóolicas aumentou entre jovens

Levantamentos realizados após o início da pandemia em diferentes países reforçam um alerta sobre a saúde mental e física de jovens e adolescentes. O consumo precoce e excessivo de álcool , que já preocupava profissionais de saúde, intensificou-se durante o período.

 

De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), 35% dos entrevistados adultos, com idades entre 30 e 39 anos, aumentaram a frequência de consumo alcoólico em grandes quantidades. Entre adolescentes, porém, o risco é ainda maior: no Canadá, o percentual de jovens que consumiam álcool dentro de casa passou de 20,6% para 30,1% no período atual, indicando uma mudança de hábitos nociva especialmente na fase de desenvolvimento.

 

De acordo com o psiquiatra e coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês, Arthur Guerra, a realidade pode ser facilmente percebida no Brasil, onde quase 40% das crianças tem o primeiro contato com as bebidas desse tipo aos 13 anos, como aponta o Manual de Orientação sobre Bebidas Alcoólicas.

 

“Os jovens têm deixado de lado um comportamento chamado de beber pesado episódico (BPE), que é o consumo nocivo de grande quantidade de álcool em uma única ocasião. Mas isso não é motivo para comemorar já que a frequência tem crescido em uma idade tão precoce", destaca o profissional de saúde.

 

Embora ofereça riscos à saúde de pessoas em qualquer idade, o consumo de bebidas alcoólicas é ainda mais prejudicial durante a adolescência já que, além da interferência nociva ao desenvolvimento cerebral, a fase é mais suscetível à  dependência , conforme mostra a pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), que aponta 22% dos jovens sob o risco de alcoolismo. 

 

O psiquiatra Arthur Guerra também destaca que os efeitos - mesmo os imediatos - do alcóol são prejudiciais à saúde mental , especialmente durante a pandemia. “Apesar de a maioria das pessoas atribuírem a sensação de relaxamento ao consumo de álcool, ele intensifica sentimentos como medo e ansiedade, além da depressão . Isso contribui de forma negativa para a saúde mental daqueles que estão cumprindo o distanciamento social, tornando tudo mais difícil”, finaliza.

 

Link deste artigo: https://saude.ig.com.br/2021-01-21/estudos-alertam-para-consumo-excessivo-de-alcool-por-jovens-na-pandemia.html

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

7 benefícios que o corpo sente quando você deixa de beber


Parar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas gera uma série de vantagens para a saúde; saiba qual é a quantidade ideal de álcool por semana

 

O consumo de bebidas alcoólicas pode trazer uma série de consequências negativas ao organismo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o uso nocivo do álcool levou à morte mais de 3 milhões de pessoas no mundo apenas em 2016 - representando mais de 5% da carga global de doenças em todo o planeta.

 

Em busca de uma qualidade de vida melhor, não é raro que muita gente opte por diminuir ou mesmo eliminar o álcool da rotina. Essa atitude simples é, de fato, capaz de promover diversos benefícios, que impactam não só na saúde física, mas também no bem-estar mental.

 

Benefícios de deixar de beber

Ao deixar de consumir bebidas alcoólicas, as melhorias proporcionadas ao corpo são bem perceptíveis. De acordo com Angelica Grecco, nutricionista do Instituto EndoVitta, algumas das vantagens que esta decisão acarreta ao organismo são:

 

Redução da gordura no fígado: a bebida alcoólica é metabolizada no fígado e armazenada em forma de gordura, portanto, ao reduzir o consumo, o órgão se regenera naturalmente

Perda de peso: a bebida alcoólica possui alto teor calórico e a diminuição de seu consumo pode favorecer o emagrecimento

Redução da retenção de líquidos: o álcool induz a desidratação do corpo, o que provoca a retenção de líquidos. Então, ao deixar de beber, esse quadro é revertido

Redução das chances de câncer de cabeça e pescoço: estudos científicos indicam que o consumo de bebida alcoólica potencializa o risco da doença e parar de beber é uma das recomendações para evitar esse quadro

Melhora na qualidade da pele: a bebida alcoólica também provoca ressecamento da pele e redução da absorção de alguns nutrientes. Assim, quando você deixa de beber, o aspecto da pele pode melhorar consideravelmente

Diminuição do risco de desnutrição: pessoas etilistas não sentem fome e acabam substituindo a comida pela bebida, o que pode acarretar em uma falta de nutrientes importantes para o organismo

Melhora do sono: parar de beber pode favorecer a circulação sanguínea e o funcionamento dos neurônios, o que impacta diretamente na qualidade do sono

A nutricionista acrescenta que boa parte desses efeitos são sentidos logo após a primeira semana em que é feita a pausa ou a redução do consumo de álcool. "A longo prazo, haverá aumento desses benefícios e, consequentemente, da qualidade de vida da pessoa", afirma Angelica.

 

Parar de beber por um mês é suficiente?

Fazer períodos sabáticos sem álcool, como uma semana ou um mês, costuma trazer benefícios ao corpo. Entretanto, assim que o consumo é retomado, a nutricionista Angelica Grecco explica que todos os malefícios também voltam.

Nos casos mais graves de efeitos do etilismo, a hipótese de interromper o consumo temporariamente não é uma opção. "É o caso da cirrose hepática: a bebida precisa ser 100% eliminada e, muitas vezes, é necessária a realização de um transplante de fígado para garantir a vida do paciente", afirma a especialista.

 

Consumo de baixo risco

A quantidade aceitável de bebida alcoólica que uma pessoa pode ingerir por semana varia. Segundo o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), referência no tema, os limites que minimizam o desenvolvimento de problemas de saúde a curto e longo prazo associados ao álcool são:

 

Para mulheres adultas e pessoas acima de 65 anos: não mais que 3 doses em um único dia, sem ultrapassar 7 doses na semana

Para homens adultos: máximo de 4 doses em um único dia e não exceder 14 doses na semana.

 

A dose padrão de álcool corresponde a 350ml de cerveja, 150ml de vinho ou 45ml de destilado. Esse é um parâmetro recomendado, mas não é uma regra para todos, pois os efeitos do álcool variam bastante de pessoa para pessoa.

 

Para saber se o consumo atingiu o grau de dependência, é necessário que a pessoa realize uma avaliação médica (com exames clínicos e laboratoriais), em que seja analisada sua história clínica, e também uma avaliação psicológica. "O consumo exagerado impacta na vida social, familiar, psicológica, financeira e física da pessoa", acrescenta Angelica.

 

Vale esclarecer ainda que, no processo de interrupção ou pausa do consumo de bebidas, é comum que a pessoa acabe transferindo o hábito para um outro tipo de compulsão. Neste tipo de situação, a nutricionista aconselha que o indivíduo seja avaliado por um médico e psicólogo para que ele tenha um diagnóstico assertivo e receba o tratamento adequado.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36849-7-beneficios-que-o-corpo-sente-quando-voce-deixa-de-beber?utm_source=news_mv&utm_medium=MS&utm_campaign=8758930 - Escrito por Maria Beatriz Melero

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Álcool e imunidade: bebida pode afetar a defesa do organismo


Uso abusivo de bebidas alcoólicas pode enfraquecer o sistema imunológico e deixar o corpo mais exposto à doenças

Manter-se saudável e adotar hábitos que fortalecem a imunidade são recomendações dos profissionais de saúde desde o início da pandemia do novo coronavírus - sendo medidas importantes para que o organismo esteja melhor preparado, caso entre em contato com o vírus. Neste contexto, o abuso de bebidas alcoólicas passa a ser um ponto de atenção relevante.

De acordo com diversos estudos, o consumo excessivo de álcool pode enfraquecer nosso sistema imunológico, tornando o corpo um alvo mais fácil para doenças. Isto acontece porque as células de defesa são afetadas pela ingestão exagerada de bebidas alcoólicas.

Impacto do álcool na imunidade
O uso crônico e pesado dessa substância reduz o número de linfócitos T periféricos e também parece causar a perda de linfócitos B periféricos - ambos relacionados com a defesa do organismo e que desempenham um papel importante no reconhecimento e destruição de organismos infecciosos, como bactérias e vírus.

Essas alterações acabam comprometendo a capacidade de resposta a patógenos (agentes causadores de doenças) e contribuindo para o aumento da suscetibilidade a infecções, incluindo as virais, como é o caso da COVID-19.

Outros estudos sugerem ainda que o uso nocivo de álcool afeta os sistemas de defesa pulmonares, causando alterações da função imune das células locais. Poderia também enfraquecer as barreiras epiteliais das vias aéreas inferiores e levar a problemas pulmonares e respiratórios, como tuberculose, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e pneumonia - o que é ainda mais grave nesse período de pandemia.

Segundo o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), referência mundial no tema, bebedores abusivos crônicos são mais propensos a contrair doenças como pneumonia e tuberculose do que as pessoas que não bebem abusivamente.

Apesar das pesquisas explorarem os danos associados ao uso pesado de álcool, sobretudo de modo crônico, é preciso fazer um alerta: beber muito em uma única ocasião - conhecido como Beber Pesado Episódico (BPE)* - também diminui a capacidade do corpo de evitar infecções até 24 horas depois do consumo.

Consumo de álcool na quarentena
Este alerta faz sentido especialmente em tempos de quarentena, quando o aumento do consumo de bebidas alcoólicas foi relatado por 18% dos entrevistados da pesquisa ConVid, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas.

Associado à frequência de se sentir ansioso ou deprimido, esse crescimento teve maior registro entre as pessoas de 30 a 39 anos (26%). E, como já falei em outro artigo, o uso de álcool como ferramenta para lidar com a tristeza, estresse ou ansiedade neste período é perigoso.

Por fim, é importante reforçar que os efeitos do álcool na saúde são influenciados por diversos fatores individuais (vulnerabilidade genética, estrutura física, sexo, idade, condição de saúde, dentre outros) e também de acordo com diferentes aspectos do beber (quantidade, frequência, padrão de consumo). Mas ultrapassar os limites de consumo de baixo risco é sempre uma ameaça desnecessária à saúde que devemos evitar - independentemente de pandemia.

*BPE: consumo de 60g ou mais de álcool puro (cerca de 4 doses ou mais) em, pelo menos, uma ocasião no último mês. Uma dose padrão equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 350mL de cerveja (5% de álcool), 150mL de vinho (12% de álcool) ou 45mL de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com 40% de álcool).


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Bebidas alcoólicas engordam? Veja a melhor alternativa


Metabolismo do álcool favorece acúmulo de gorduras, além de aumentar a percepção do apetite

O consumo de bebida alcoólica, mesmo que socialmente ou esporadicamente, costuma trazer uma dúvida: será que álcool engorda? Uma questão aflige principalmente quem está controlando o peso e tem algum evento social ou festa, por exemplo. Infelizmente, a resposta a essa pergunta é: sim, álcool ajuda a ganhar peso.

Toda bebida alcoólica vem do processo de destilação ou fermentação a partir do açúcar. Durante esse processo de transformação da molécula de açúcar (4 kcal) em álcool (7 kcal) há um ganho de três calorias. O que significa que o álcool não só é mais calórico que o açúcar, como tem quase o dobro de calorias.

Metabolismo do álcool
Além disso, quando há a ingestão da bebida alcoólica, além de consumir o dobro das calorias do açúcar, nosso metabolismo vai priorizar a eliminação do álcool do organismo. Isso significa que ele acaba deixando de lado o processo normal de queima calórica do corpo, proveniente dos alimentos que ingerimos, como se atrasasse o metabolismo.

De forma resumida, enquanto o metabolismo luta para eliminar o álcool do organismo, a gordura dos alimentos vai ficando acumulada no corpo, inibindo sua oxidação e gerando assim o ganho de peso.

Pesquisas também sugerem que o álcool parece "amplificar" a percepção do apetite, podendo influenciar em uma série de hormônios responsáveis pela sensação de saciedade e inibindo, por exemplo, a ação do GLP 1 e das leptinas, substâncias responsáveis pelo controle da ingestão alimentar.

Uma caloria que nunca vem sozinha
Em alguns casos, dependendo de como a bebida é preparada em coquetéis, as calorias são ingeridas em dobro. Uma caipirinha, por exemplo, contém açúcar, uma batida pode conter leite condensado, e ainda há quem misture vodca com energético que, além do alto valor energético, ainda tem o problema do excesso de cafeína.

Mesmo entre as pessoas que já sabem disso, muitas até acreditam em mitos que afirmam que certas bebidas alcoólicas podem ser mais inofensivas e com menos calorias. Essa fama foi colocada no gin, por exemplo. Trata-se de uma impressão falsa, pois o coquetel mais clássico com essa bebida, o gin tônica, não levar açúcar e tem um paladar mais leve e fresco.

O problema do gin tônica é que a água tônica, principal ingrediente, é um dos refrigerantes mais calóricos que existem. O quinino em sua composição demanda uma grande adição de açúcar para que o sabor fique mais equilibrado.

Existem alternativas para reduzir essa caloria, como utilizar água tônica com zero açúcar ou substituir o açúcar branco de uma caipirinha por adoçante. Não podemos afirmar que estas versões dos coquetéis alcoólicos não engordam, porém são opções mais adequadas para o consumo de quem está controlando o ganho de peso.

Para emagrecer com saúde e não deixar o álcool atrapalhar o processo, o ideal é sempre evitar o excesso de bebida, consumindo com moderação e buscando fazer misturas que tenham o mínimo de açúcar possível.


segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Consumo abusivo de álcool cresceu quase 40% entre as mulheres


Segundo o Vigitel, o excesso de bebidas alcoólicas aumentou muito no sexo feminino – enquanto, nos homens, o índice está quase estagnado

A nova edição do Vigitel, uma pesquisa do Ministério da Saúde feita anualmente por telefone sobre os hábitos e a saúde da população, revelou que o consumo abusivo de álcool entre as mulheres aumentou de 7,7% em 2006 para 11% em 2018. Isso representa um acréscimo de quase 40%.

Verdade que 26% dos homens reportaram uma ingestão excessiva de bebidas alcóolicas em 2018, o que é significativamente maior. Porém, em 2006, essa taxa era de 24,8%. Ou seja, ela permaneceu quase igual ao longo do período – o que também preocupa por se tratar de um número alto.

O Vigitel enquadrou as mulheres que participaram do estudo como “consumidoras abusivas de álcool” se elas respondessem que tomaram quatro doses ou mais em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias. Para os voluntários do sexo masculino, o número era de cinco doses.

O comportamento de exagerar em uma noite também é chamado de beber pesado episódico, ou binge drinking. É quando a pessoa não necessariamente vai para o bar todos os dias, mas muitas vezes passa da conta quando o faz.


“Hoje, o uso nocivo de álcool é o grande problema de saúde e segurança pública ligado a uma droga no Brasil, incluindo as ilícitas”, comenta Guilherme Messas, psiquiatra da Santa Casa de Misericórdia em São Paulo e coordenador do Comitê pela Regulação do Álcool (CRA).

As bebedeiras ocasionais preocupam, pois elevam o risco de dependência química, que hoje atinge até 10% da população adulta, e de uma série de doenças crônicas e tipos de câncer. Isso sem falar nos efeitos imediatos, como a maior exposição a comportamentos de risco – sexo desprotegido e acidentes de trânsito, para citar dois exemplos.

Mulheres estão bebendo mais
“Podemos dizer que elas são as grandes vítimas da negligência brasileira com o uso de substâncias”, declara Messas. Fatores como a emancipação feminina, a maior presença no mercado de trabalho e o poder de compra influenciam nessa história, acredite se quiser.

“Isso tornou a mulher um novo alvo mercadológico para propagandas, em um país onde a legislação sobre o consumo de álcool está regredindo”, opina Messas.

Não é à toa que os números entre elas sobem anualmente. “Nesse ritmo, em algum momento elas podem se igualar aos homens”, especula Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do Cisa (Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool). A entidade também divulga anualmente dados de consumo de álcool e, em 2019, encontrou tendência de alta entre o público feminino, particularmente nas mais jovens.

No estudo do Cisa, quando questionadas sobre embriaguez, 26,9% das adolescentes entre 13 e 17 anos relataram um episódio do tipo pelo menos uma vez na vida. O índice é quase igual ao dos meninos (27,5%).

E como reduzir esse consumo? “Não existe uma abordagem preventiva especificamente para elas, mas o controle deve ser mais rigoroso e a orientação sobre os perigos do exagero, mais incisiva”, aponta Guerra.

O Brasil está bebendo mais e pior
Em 2006, primeiro ano do Vigitel, 16% dos brasileiros em geral afirmaram ter abusado das bebidas nos 30 dias anteriores à pesquisa. Em 2018, foram 17,9%. O aumento é discreto e até menor do que em 2017, quando chegou a 19%. Mas mostra que não estamos conseguindo progredir no controle do álcool.

Além dos dados do Vigitel, que pega apenas um dos aspectos do consumo, vale lembrar que as estimativas atuais dão conta de que metade da população maior de 15 anos bebe em diferentes frequências. “Qualquer substância consumida nessa escala deve ser objetivo central de preocupação, mas o álcool segue negligenciado”, aponta Maurício Fiore, antropólogo e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Para os especialistas entrevistados, a abordagem correta não é demonizar ou abolir a bebida. Ela inclusive tem um papel relevante em muitas culturas. “Devemos nos afastar do paradigma proibicionista, que considera qualquer consumo nefasto, mas reconhecer que o álcool é excessivamente normalizado e banalizado, o que aumenta muitos o risco de danos”, argumenta Fiore.

Embora cada indivíduo tenha sua responsabilidade, é inegável que grandes avanços seriam conquistados com boas políticas públicas. “Podemos falar de restrições drásticas em publicidade, aumento do preço via mecanismos tributários e monitoramento das restrições impostas, especialmente quanto à venda para adolescentes”, encerra Fiore.


quinta-feira, 4 de julho de 2019

Existe limite seguro para o consumo de álcool?

Novas evidências científicas sinalizam que não. E os motivos para no mínimo moderar vão além do que já se falava por aí

Se depender de um dos maiores estudos globais já feitos para mensurar o impacto do álcool na saúde humana, até mensagens como “aprecie com moderação” estão com os dias contados. Após analisar o consumo e suas repercussões em mais de 100 mil pessoas de 195 países entre 1990 e 2016, pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, concluem: não há limite seguro para a ingestão de bebidas alcoólicas. E fazem outro alerta: mesmo eventuais vantagens, como aquela taça de vinho prescrita pelo bem do coração, não superam os malefícios, caso do aumento no risco de câncer e outros males.

“Sabe quem inventou essa história de que beber moderadamente faz bem? A indústria do álcool, baseada em estudos pouco controlados”, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O mais saudável é não beber. Mas, se beber, o ideal é não passar de uma ou duas doses por semana”, diz. Perceba: tomar algo todo dia, ainda que só um pouco, está fora de cogitação — pelo menos se você quer ter saúde.

Para dar seu veredicto, os cientistas americanos dividiram o público em dois grupos: os que bebiam e os abstêmios. Notaram, então, que a propensão a problemas (câncer, infarto, AVC, cirrose, violência doméstica…) aumenta à medida que se elevam a quantidade e a frequência de consumo.

O risco de adoecer crescia 0,5% entre quem tomava uma única dose por dia (como uma lata de cerveja ou taça de vinho). Subia para 7% diante de duas doses. E decolava para 37% na ingestão de cinco.

“Ainda que haja pesquisas indicando potenciais benefícios com o consumo leve ou moderado, isso não pode ser generalizado porque os efeitos do álcool também dependem do histórico médico e de riscos individuais”, explica o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). “Por essa razão, pensando em minimizar riscos à população, a recomendação mais segura mesmo é não beber.”

O sono sofre com as bebidas alcoólicas
Se você é daqueles que, antes de dormir, gostam de tomar uma taça de vinho para relaxar, esqueça: seu método pode até soar eficaz, mas é prejudicial à qualidade do sono. “À medida que o álcool é processado pelo corpo, o sono se torna superficial. Aí o indivíduo acorda pela manhã com a sensação de que não dormiu o suficiente”, esclarece a neurologista Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono.
Um estudo finlandês, realizado com mais de 4 mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos, atestou que a recuperação fisiológica durante o repouso à noite sofre uma redução significativa na presença do álcool — quanto mais se bebe, pior.
Já de Londres, na Inglaterra, veio outra descoberta: a bebida desregula os ciclos naturais do sono e, mesmo com moderação, incentiva roncos e insônia. O ideal é que, se for tomar uma taça no jantar, isso aconteça de três a quatro horas antes de dormir. E olhe lá.

Álcool engorda?
Sim. A médica Marisa Helena César Coral, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, já perdeu as contas de quantos pacientes, ávidos por entrar em forma, reclamaram: “Doutora, não sei por que não emagreço. Eu não como praticamente nada”.
O problema, explica, é que o indivíduo pode até fazer dieta e praticar exercícios, mas, se não cortar ou moderar o álcool, vai ser difícil.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (MG) com 178 universitárias investigou a relação entre bebida alcoólica e gordura corporal. O valor médio da gordura concentrada ao redor da cintura foi maior entre as que relataram beber socialmente.
“O álcool é muito calórico. Cada grama tem 7 calorias. Para ter ideia, cada grama de carboidrato tem 4″, compara Marisa. Na ponta do lápis, uma latinha de cerveja (350 ml) corresponde a 150 calorias e uma tulipa de chope (300 ml), 180 calorias. E ainda tem os acompanhamentos, né?

Malefícios dos drinques para a pele
Digamos que o álcool tem um efeito tóxico para o tecido que reveste o corpo. De acordo com a médica Sylvia Ypiranga, do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a ingestão frequente instiga um processo inflamatório que piora quadros de acne, dermatite e psoríase. Sem falar que anos de bebedeira abrem alas ao envelhecimento precoce, que se manifesta por manchas e rugas.
Se não bastasse, uma bomba foi noticiada por estudiosos do Instituto Karolinska, na Suécia, e da Universidade de Monza, na Itália. Mesmo o consumo moderado de bebida alcoólica foi associado a um aumento de 20% no risco de melanoma, o câncer de pele mais agressivo.
Os cientistas se aventuram em algumas hipóteses para elucidar o achado. Uma delas é que, além de mexer com o controle da inflamação no corpo, o álcool potencializa a sensibilidade da pele aos raios solares — vilões por trás do tumor.

O rival do esporte
Não importa se você é atleta ou malha de leve pensando no seu bem-estar, o consumo de álcool e a prática de exercícios definitivamente não combinam. Nem antes nem depois de suar a camisa. A bebida interfere na força, na velocidade e no equilíbrio, acarretando pior desempenho e mais lesões.
Quem toma umas antes de jogar ou malhar, então, fica mais sujeito à hipoglicemia, quando o açúcar no sangue despenca. Um perigo!
E sabe aquela rodada de cerveja que costuma fechar a pelada de futebol? Reconsidere. “O álcool é o inimigo número 1 da hidratação. Se o sujeito já está desidratado, vai ficar ainda mais depois de beber”, avisa o fisiologista Turíbio de Barros, da Unifesp. “Por ter efeito diurético, quanto maior o consumo, maior a perda de líquidos e eletrólitos como sódio e potássio.”
Vai se exercitar? Então é melhor suspender a bebida alcoólica por 72 horas antes ou 24 horas depois da atividade.

Fertilidade em xeque
Ao que tudo indica, o álcool atrapalha o sonho de ser pai e mãe. Um estudo americano indica que mesmo meras três taças de vinho por semana já podem reduzir a capacidade de mulheres engravidarem.
Para os homens, o cenário não é tão diferente. E, quanto maior a ingestão, mais dificuldades à vista. Segundo a pesquisadora Tina Kold Jensen, da Universidade do Sul da Dinamarca, a bebida afeta a qualidade dos espermatozoides. “O consumo crônico pode impactar na forma e na função dessas células, diminuir a libido e até levar à atrofia dos testículos”, alerta.
Pensando em fazer tratamento para ter filhos? A recomendação do ginecologista e obstetra Isaac Yadid, da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, é não ingerir álcool pelo menos um mês antes. “Estudos demonstram tendência de pior resultado com a ingestão diária”, diz.

Quer ser produtivo?
Quem bebe com frequência vê ou verá o rendimento no emprego naufragar. Mas não para aí. O consumo de álcool já se tornou a principal causa de afastamento do trabalho por uso de substâncias psicoativas no Brasil. Entre 2010 e 2014, o número de brasileiros nessas condições que precisaram parar de trabalhar e pediram auxílio-doença registrou um aumento de 19%.
“O álcool provoca efeitos físicos e cognitivos que impactam no desempenho do trabalhador, o que traz riscos para si e para terceiros”, observa João Silvestre da Silva Júnior, diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho.
Dados do último Levantamento Nacional de Álcool e Drogas indicam que 4,9% da população (cerca de 4,6 milhões de cidadãos) admitiram já ter perdido o emprego por causa do álcool e 8% (7,4 milhões) relataram que o uso de bebidas alcoólicas teve repercussão em sua rotina de trabalho.

Dependência por álcool na família
Vinte e oito milhões. Eis o número de brasileiros que, segundo o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos, da Unifesp, têm algum dependente químico na família. “Para cada usuário de drogas, existem outras quatro pessoas afetadas”, estima Laranjeira.
As mulheres são as que mais padecem: 80% delas sofrem os impactos negativos, psicológicos ou financeiros, do vício dentro de casa (seja do filho, seja do marido).
Um dos desafios apontados na pesquisa é o tempo para busca de apoio: no caso dos dependentes de álcool, uma média de sete anos até procurar um serviço especializado — entre dependentes de cocaína, essa janela não passa de dois anos.
Nesse ínterim, o lar pode virar refém inclusive da violência. “O álcool é um veneno. Ao menor sinal de dependência, o indivíduo ou a família devem buscar ajuda”, ressalta o psiquiatra Jorge Jaber, presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas.

Os problemas do álcool em números e quem precisa ficar longe dele
“Cerveja? Só faz mal quando falta”, “Evite ressaca: mantenha-se de porre”… Frases do tipo, a estampar paredes de bar ou para-choques de caminhão, seriam cômicas se não fossem trágicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool causa problemas a 10% da população do planeta — são 753 milhões de pessoas.
No ano de 2016, cerca de 2,8 milhões (100 mil delas só no Brasil) perderam a vida em decorrência dele. O motivo? De acidente de trânsito a falência do fígado. E não pense que o prejuízo se restringe a quem bebe demais.
No Brasil, o último Relatório Global sobre Álcool e Saúde da OMS revela que, entre 2010 e 2016, a média de consumo per capita caiu 11% e passou de 8,8 litros para 7,8 litros ao ano por cidadão. “É um avanço. Apesar de estar acima da média mundial de 6,4 litros, o país alcançou valor inferior à média das Américas, de 8 litros”, analisa Guerra.
Se a ingestão per capita caiu, o consumo de grande quantidade de álcool em curto espaço de tempo aumentou de 12,7% para 19,4% entre mulheres e jovens, revela o estudo Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2019 do Cisa.
“A situação é preocupante porque, biologicamente, o organismo feminino é mais suscetível aos efeitos do álcool e o cérebro adolescente pode sofrer danos irreversíveis”, avalia Guerra.
Jovens e gestantes estão entre aqueles que em nenhuma hipótese deveriam tomar bebida alcoólica. O grupo do “álcool zero”, por orientação da OMS, inclui, ainda, quem vai dirigir ou trabalhar com máquinas, faz uso de remédios que interagem com a bebida ou tem histórico de dependência química.
Para especialistas, porém, não basta ficar nas recomendações. É preciso proibir e fiscalizar a venda para menores de 21 anos e elevar o preço do produto. “O mercado no Brasil é completamente desregulado. Quem domina a política de álcool é a própria indústria. O governo, federal, estadual ou municipal, pouco faz”, critica Laranjeira.
Que as novas evidências ajudem a rever e a mudar essa situação, para o nosso próprio bem e de toda a sociedade.

Problemas clássicos que o álcool causa ou amplifica
Cirrose e falência do fígado
Câncer
Hipertensão
Vício
Infarto e AVC
Transtornos psiquiátricos
Acidentes de trânsito
Violência dentro e fora de casa
Prejuízos ao feto

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/existe-limite-seguro-para-o-consumo-de-alcool/ - Por André Bernardo - Foto: Francesco Carta/Getty Images

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Abuso de álcool na adolescência danifica o cérebro

Exagerar nas bebidas alcoólicas foi associado a um menor volume de regiões cerebrais

Pesquisadores da Universidade da Finlândia Oriental e do também finlandês Hospital Universitário Kuopio realizaram exames de ressonância magnética para analisar o cérebro de adultos saudáveis que já exageravam nas doses de álcool desde a adolescência. A ideia era comparar essas avaliações com as de outro grupo, composto por voluntários que bebiam pouco.

O estudo foi longo: durou dez anos, com testes feitos em 2005, 2010 e 2015. Na primeira etapa, os participantes tinham de 13 a 18 anos de idade e apresentavam bom desempenho acadêmico, além de não manifestarem qualquer tendência a transtornos mentais. Embora parte do pessoal bebesse bastante, ninguém recebeu o diagnóstico de alcoolismo.

Os cientistas descobriram que a turma que abusava desde a juventude exibia um volume menor em duas partes do cérebro: o córtex cingulado anterior e a ínsula. Mudanças nessas estruturas podem causar um descontrole no uso de drogas e também uma sensibilidade reduzida aos efeitos negativos do álcool. Ou seja, um copo cheio para o desenvolvimento de dependência.

Segundo os pesquisadores, é justamente na adolescência que essas regiões da massa cinzenta estão se desenvolvendo — e o álcool afetaria essa maturação. Mas eles não sabem ainda o mecanismo por trás das alterações, embora afirmem que elas podem ser reversíveis caso o consumo de álcool seja reduzido significativamente.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Alimentos e bebidas perigosas durante a medicação

Atenção aos alimentos, seus nutrientes e às bebidas alcoólicas durante a medicação

O próprio conceito de interação medicamentos a considera também as reações ocorridas entre drogas e alimentos ou bebidas. Por isso, a proibição ou incentivo do consumo desses itens, ou a definição de horário de administração próximo ou longe de refeições são medidas que podem ser necessárias no momento da prescrição da terapia. Assim como existem interações benéficas e maléficas entre elas, isso também ocorre com alimentos e bebidas, exceto as alcoólicas. Confira a seguir alguns exemplos:

ALIMENTOS QUE POSSUEM TIRAMINA (queijos envelhecidos, iogurte, chocolate, vinho tinto, cerveja, carnes e peixes embutidos ou defumados) podem potencializar os efeitos dos inibidores de monoaminooxidas e (classe de medicamentos utilizada para o tratamento de depressão e transtorno do pânico), causando crises hipertensivas.

ALIMENTOS RICOS EM VITAMINA K (couve, brócolis, espinafre, alface, repolho, chá-verde, fígado e miúdos de frango) interferem na ação de anticoagulantes orais.

 BEBIDAS ÁCIDAS (suco de frutas cítricas) ajudam na absorção do ferro, melhorando o tratamento de anemias.

BEBIDA ALCOÓLICA, se associada ao Dissulfiran (usado no tratamento de alcoolistas) acarreta vermelhidão facial,dor de cabeça, náuseas, vômitos, e palpitações. Outras medicações podem induzir reações símiles: analgésicos, antimicrobianos, antianginosos e hipoglicemiante oral.

ANESTÉSICOS GERAIS, analgésicos opioides, antipsicóticos, anticonvulsivantes, anti-histamínicos, hipnosedativos, antidepressivos e outros psicotrópicos podem apresentar interações sinérgicas com álcool, aprofundando sintomas do tipo sonolência excessiva, lentificação, letargia.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-e-bebidas-perigosas-durante-a-medicacao/4795/ - Texto Fernanda Almeida / Foto: Shutterstock - por Marília Alencar 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Abusar do álcool pode causar até 60 doenças

Beber de forma descontrolada e exagerada pode trazer inúmeros prejuízos à saúde

Estudos mostram que o consumo, moderado, de vinho tinto pode auxiliar no tratamento de diversas doenças. Aliado ainda à alimentação saudável e a prática de exercícios físicos contribui para o perfeito funcionamento do corpo humano. Porém, muitas pessoas exageram na dose e acabam tomando a bebida sem orientações médicas, o que pode ser perigoso.

“Exagerar na bebida pode comprometer o fígado, pâncreas, estômago e muitos outros órgãos. Sem falar que possibilita também o surgimento de doenças psicólogicas”, diz a personal trainer Karine Pereira.

Para o psiquiatra da Unidad de Conductas Adictivas del Hospital de la Santa Creu I Sant Pau, de Barcelona, Josep Guardia, o alcoolismo também possibilita o surgimento de infecções e transtornos como por exemplo, a ansiedade, depressão, insônia e pode causar até 60 doenças. “Os pacientes começam a beber acreditando que podem parar a qualquer momento, o que não é verdade. Beber por muito tempo e de forma descontrolada pode também ocasionar o AVC (acidente vascular cerebral)”, comenta a personal.

Em entrevista ao site do Dr. Dráusio Varella, Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Escola Paulista de Medicina na Universidade Federal de São Paulo e com PhD em dependência química na Inglaterra, conta que “Hoje está mais ou menos estabelecido que a pessoa sem problemas, se for um homem saudável, pode beber o equivalente a dois ou três copos de vinho, ou dois copos de chope, ou uma dose pequena de destilado. Em se tratando de mulheres, as doses deverão ser um pouco menores, já que elas são mais sensíveis aos danos biológicos provocados pela bebida. Esse padrão de uso contido do álcool é o que a maioria das pessoas desenvolve”.

Pesquisas

O consumo inconsciente também leva ao aumento da mortalidade. As universidades alemãs de Greifswald e Lübeck revelaram através de estudo que expectativa de vida das pessoas que consumem álcool por 20 anos é menor em comparação com as pessoas que não bebem. A pesquisa ainda afirma que o alcoolismo é responsável por causar mais mortes em comparação ao tabagismo.
Outro dado curioso revelado pelo levantamento nacional de álcool divulgado pela Unifesp: as mulheres estão bebendo mais que os homens. “Hoje, as mulheres saem com as amigas e vão em barzinhos ou em baladas. Esse encontro permite que a bebida seja servida como happy hour”, diz Karine.

É questão de personalidade?

Nos anos 60, acreditava-se que existia personalidade específica para se tornar um alcóolatra. Nenhum estudo comprovou a teoria, mas muitas pessoas optam por consumir a bebida para aliviar o estresse do dia a dia, o que pode ser fator determinante para consumir mais e mais. “Quem bebe uma vez para aliviar a tensão pode voltar a ter o mesmo hábito, acarretando na dependência. Claro que existem as excessões”, diz Karine.
Por isso, beber consciente e moderadamente é essencial. “As pessoas podem sim tomar uma cerveja ou qualquer outra bebida. Mas que tenha consciência e beba com muita moderação!”, recomenda a personal. Vale lembrar que realizar exames de rotina, além de praticar exercícios físicos regularmente auxilia na prevenção de doenças.