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domingo, 12 de setembro de 2010

Desabafo de uma professora


PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

Por Verônica Dutenkefer


Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.
Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisará trabalhar (por mais que ame muito o que faz).

Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante seja: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????

Constantemente, ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as Universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos, evidentemente.

Questionamentos:
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos, na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobram o conteúdo de cada disciplina.
Como pode num país.....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?
Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição.
A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição..
Dia a dia... minuto a minuto... os professores são alvo de agressões verbais e até mesmo físicas pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.
Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai ......
E, quando ameaçados de morte, se recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrencia ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!”
Meus bons alunos presenciam o mal aluno fazendo tudo o que não pode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância...
Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.
Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal na escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: “Prá que eu vou vir prá escola se eu vou passar de ano mesmo assim?”
Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia frequentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir à escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar.Que a escola iria ajudá-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajudá-lo a dar uma melhor formação na vida..
Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto...mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era.
Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?
Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito às autoridades e aos outros.
Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.
Para quê me matar de estudar, se há tantas profissões que não são valorizadas e nem respeitadas? ??
Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais, que se dedicam. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.
Li, há poucos dias, num artigo que os cursos de Filosofia, Matemática, Química, Biologia e outros todos ligados à área de magistério não estão tendo procura nas Universidades.
Lógico!!!!!Quem é que quer ser professor?????????
Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas?
Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que, aliás, adora fazer reportagens sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e, num determinado momento, o repórter perguntou: ”Onde estava o professor que não viu isso??!!”

E agora eu pergunto: “O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano??? Ah...já sei...o professor deveria enfrentar as balas do revólver!!!! Claro!!! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso..

Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo??? ?
Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?

Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:
“Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!”
“Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!”
“Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!”
“Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.”
“Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”

Classes super lotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do “Leve-leite” (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite.) E sem esquecer do bolsa-escola!
Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.
Impunidade.
Mas a educação não vai bem, por causa do professor.
Encerro esse desabafo com essa pergunta que li há poucos dias:

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

O BOM NESTE PAÍS É SER POLITICO. APOSENTA-SE COM 4, 8 OU 12 ANOS DE "TRABALHO(?) ", E QUE SALÁRIO!!! (sem contar que não precisa grande formação acadêmica pra isto, infelizmente...)

domingo, 18 de julho de 2010

Desabafo de um idoso


"Estou velho.
Não gosto dos sem terra. Dizem que isto é ser
reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo
fazendas, parando estradas, ocupando linhas
de trens, quebrando repartições públicas,
tentando parar o lento progresso do Brasil.
Estou velho.

Não acredito em cotas para negros e índios.
Dizem que sou racista. Mas para mim racista
é quem julga negros e índios incapazes de
competir com os brancos em pé de igualdade.
Eu acho que a cor da pele não pode servir
de pretexto para discriminar, mas também
não devia ser fonte para privilégios imerecidos,
provocando cenas ridículas de brancos
querendo se passar por negros.
Estou muito velho.

Não quero ouvir mais noticias de pessoas
morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e
fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver.
Não quero saber de crianças sendo arrastadas
em carros por bandidos, ou de uma menininha
jogada pela janela em plena flor de idade.
Ou de meninos esquartejaos pelos pais por
serem 'levados'...
Meu coração não tem mais força para sentir
emoções. Me sinto mais velho que o Oscar
Niemeyer. Ele, velho como é, ainda acredita
em comunismo, coisa que deixou de existir.
Eu não acredito em nada.

Estou cansado de quererem me culpar por
não ser pobre, por ter casa, carro, e outros
bens, todos adquiridos com honestidade,
por ser amado por minha mulher e filhos.
Nada mais me comove... Estou bem envelhecido.

E acabo de cometer mais um erro! Descobri
que ainda sou capaz de me comover e de me
emocionar. O patriotismo de uma jovem de
Joinville usando a letra do Hino Nacional
para mostrar o seu amor pelo Brasil me
comoveu.

Na cidade de Joinville houve um concurso
de redação na rede municipal de ensino.
O título recomendado pela professora foi:
'Dai pão a quem tem fome'.
Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado
por uma menina de apenas 14 anos de idade.
E ela se inspirou exatamente na letra de nosso
Hino Nacional para redigir um texto, que
demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de
patriotismo. Leiam o que escreveu essa jovem.
É uma demonstração pura de amor à Pátria
e uma lição a tantos brasileiros que já não
sabem mais o que é este sentimento cívico.

'Certa noite, ao entrar em minha sala de aula,
vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro?
Perguntei-lhe!
E ele, espreguiçando-se em seu berço
esplêndido, esparramado e verdejante
sobre a América do Sul, respondeu
chorando, com suas lágrimas amazônicas:
Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo
comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores
e meus seios mais amores.
Meu povo era heróico e os seus brados
retumbantes. O sol da liberdade era
mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.
Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia
paz no futuro e glórias no passado. Nenhum
filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada
e dos filhos deste solo era a mãe gentil.
Eu era gigante pela própria natureza, que
hoje devastam e queimam, sem nenhum
homem de coragem que às margens plácidas
de algum riachinho, tenha a coragem de
gritar mais alto para libertar-me desses
novos tiranos que ousam roubar o verde
louro de minha flâmula.
Eu, não suportando as chorosas queixas
do Brasil, fui para o jardim.
Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro
que resplandece no lábaro que o nosso país
ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos
salvar esse país sem braços fortes? Pensei
mais... Quem nos devolverá a grandeza que
a Pátria nos traz?
Voltei à sala, mas encontrei o mapa
silencioso e mudo, como uma criança
dormindo em seu berço esplêndido.'

Mesmo que ela seja a última brasileira
patriota, valeu a pena viver para ler o
texto. Por isso estou enviando para vocês.
Detesto correntes na Internet... mas agora,
que me tornei um velho emocionado, vou
romper com este hábito."

Autor desconhecido