Mostrando postagens com marcador Estrada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Estrada. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de março de 2019

Ciclismo: conheça as modalidades e escolha a que mais tem a ver com você


Na rua, na natureza ou na academia, o esporte agrada diferentes tribos

Queima gordura, desenha os músculos e preserva as articulações, além de você ainda conseguir sentir o ventinho no rosto como se estivesse correndo. As vantagens da bicicleta são muitas, mas andar nas rodovias e ruas da cidade não é a única opção que existe. Tem modalidade para quem não curte tomar chuva e até para quem ama um esporte radical.

Indoor
É a queridinha de muita gente que não sai da academia. As aulas de ciclismo indoor geralmente não pedem equipamentos específicos, como o capacete e sapatilhas típicas dos atletas, e são feitas em ambientes fechados, bem longe das chuvas e ventanias.

Perfeita para quem quer aumentar o condicionamento físico mas ainda não se sente segura para pedalar ao lado dos carros e pedestres. Os equipamentos ainda possibilitam o aumento e a diminuição na carga, ou seja, a força que você terá que fazer, e os professores utilizam essa característica para deixar o treino mais divertido — junto com uma música animada.

Estrada
O nome já diz: é a modalidade em que você vai para a rua praticar e competir. “As bicicletas utilizadas são chamadas de speed porque têm uma aerodinâmica pensada para atingir altas velocidades”, afirma o atleta Eduardo Machado Pereira, presidente da Federação Paranaense de Ciclismo.

Mountain bike
Desafio é a palavra-chave. No mountain bike, você tem que estar preparada para circuitos naturais (terra, areia, cascalho, lama). “Os equipamentos precisam ser bem resistentes e ter amortecimento para neutralizar grandes impactos”, orienta Eduardo.

Down Hill
Parkour na bike? Quase isso. “Você desce escadarias, montanhas, morros ou obstáculos”. Isso acaba exigindo mais das articulações, claro, e você quase não utiliza o banco da bicicleta, fortalecendo as pernas.

Bmx
Pode ser chamada também de bicicross, é uma espécie de corrida sob duas rodas que envolve acrobacias e diversos obstáculos. “O circuito com certeza é menor do que na corrida em estradas, mas exige bastante preparo físico”, afirma o atleta. O bmx racing é feito geralmente em estradas de terra, enquanto o freestyle em pistas de skate.

Paraciclismo
Praticado por quem possui algum tipo de deficiência nas pernas. A prática é realizada por meio de handbikes, triciclos e equipamentos adaptados.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Batula: saudades da minha infância

Há alguns dias, convidei minhas irmãs Cida e Lourdes para visitar o sítio de tia Alaide que foi de meus avós maternos, Felipe e Francisca Santiago, situado no povoado Batula em Itabaiana. Ao chegarmos lá, as lembranças de infância afloraram em nossas mentes e corações, já que passamos boa parte das férias escolares com nossos primos e tios no sítio batula.

   Durante a minha infância, passava as férias de julho e janeiro no sítio batula, ia à tarde ao Domingo ou pela manhã na segunda-feira com minha prima Maria, que considerávamos como uma irmã mais velha, e retornava na sexta-feira, sempre depois da farinhada. Íamos ao sítio a pé, através da estrada do Lagamar, que possuía o Barrado, uma passagem de água no inverno no sítio de Zé Massacrua. Chegando ao sítio de Zequinha de Céu, passávamos  a estrada estreita do batula e logo chegávamos ao riachinho, outra passagem de água no sítio de Sanches e na sequência tinha os sítios de João da Graça, Pio de céu e Antônio de céu que ficava ao lado do sítio de meus tios. Hoje, a estrada centenária do batula e a maioria dos sítios já não mais existem, dando lugar aos condomínios através da expansão imobiliária. No futuro, espero que o nome Povoado Batula seja mantido, mesmo após a compra de todos os sítios da região e adjacências.

     As férias de janeiro eram as melhores, pois o verão contribuía para nos divertimos mais e apreciarmos as frutas que eram abundantes neste período como a manga, caju, goiaba, pitomba e araçá, que geralmente achava no pasto.

Um dia no sítio era muito legal: de manhã cedo acordava para ver meu tio João, padivão como o chamávamos, tirar leite das vacas,  tomava café e depois saia com meu primo Zé Carlos, o mais novo e da minha idade, para caçar passarinhos, pescar, chupar caju ou manga quando era a época, e tomar banho no riacho que passava no sítio de Seu Francisco, onde aprendi a nadar, enquanto meus tios e os primos Tonho, Zé, Luiz, Tereza e Maria saiam para trabalhar na malhada. Eles plantavam principalmente a mandioca para fazer farinha, macaxeira, batata, inhame, feijão, cebola e milho. Ao meio dia, voltávamos para o almoço, e de tarde ficávamos brincando de bola, furão, bola de gude, pular corda ou íamos visitar os sítios vizinhos de Antônio de céu, Joca e Nilo. À noite, depois do café, ficávamos no terreiro, onde meu tio contava estórias de trancoso, a luz dos candeeiros ou da lua quando o céu estava estrelado e que podíamos ver as luzes da cidade de Itabaiana. Às 7 ou 8 horas da noite, todos iam lavar os pés para dormir, eu dormia na rede, e enquanto o sono não vinha, ficávamos brincando de perguntar um aos outros, o que é o que é, até que um a um adormecia.

     Todas as semanas, na Quinta-feira, acordávamos cedo e íamos de carroça de burro buscar a mandioca para fazer farinha. Ao chegar à casa de farinha, a mandioca era raspada, passada no rodete, depois  a massa era prensada para secar e passada outra vez no rodete para virar farinha, enquanto isso, a água que saia da prensa caia no cocho, assentava e transformava-se em tapioca para fazer os bejus. A farinha era levada ao forno de barro, mexida até ficar sequinha, peneirada, embalada em sacos de pano e transportada na carroça de burro por meu tio João até o mercado, atualmente Mercado Zezé de Bevenuto, onde meus primos Zé, Antônio e Luiz vendiam-na na feira do sábado.

     Na sexta-feira, depois de feita a farinha, tia Alaíde peneirava a tapioca e fazia bejus de amendoim, coco e também de massa. Para as crianças, ela fazia com açúcar e menores e para o café era feito um enorme e dividido para todos. Às vezes, meus tios aproveitavam o forno quente para assar pé de moleque, que era preparado no início da semana quando era colocado um saco de macaxeira ou mandioca dentro da fonte para fazer a puba, uma massa que misturada com coco, açúcar e cravo, era colocada em palha de bananeira e assada. Na minha vida, nunca comi um pé de moleque igual ao de tia Alaide.

     Um dia especial no sítio era a comemoração do São João. Logo cedo os homens iam a procura no pasto de uma árvore comprida e fina para fazer o mastro e catar lenha seca para a fogueira. Ao mesmo tempo, as mulheres se deslocavam para a malhada para pegar espigas de milho, que misturadas depois com o coco eram preparadas várias comidas tradicionais como a canjica, pamonha, bolo de milho, mungunzá. Também eram feitos bolos de macaxeira  e puba e pé de moleque. À noite, acendia a fogueira e assavam as espigas de milho e também  batatas. Minha mãe e meus irmãos também passavam este dia especial no sítio e retornavam à tarde.

    Na época de caju, titia mandava eu e Zé Carlos catar castanhas debaixo dos cajueiros, e à tarde, depois de voltar da malhada, assava-as e quando esfriavam, nós as quebravam para comermos no café da noite.

     No sítio existiam três fontes, e todos os dias recebíamos a tarefa de buscar água de beber na fonte que ficava próximo a porteira do sítio, titia deixava a água assentar nos baldes e somente no outro dia, após amarrar um pano branco na boca do pote, a água era despejada para coar e poderia ser bebida.

     Como todo brasileiro, meus primos gostavam de futebol e resolveram  fazer um campinho de pelada no pasto, numa área próxima a fonte. Ao final da tarde, quando acabava o serviço na malhada, nós e os vizinhos jogávamos futebol até o entardecer.

     Em 1973, quando eu tinha 11 anos, eu e minha irmã Dete compramos de meia uma bicicleta Monareta e foi através dela que passei a ir para o sítio a qualquer dia da semana. Antes desta data, aprendi a andar de bicicleta na de Zé Carlos, pois ele estudava no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra na Praça João Pessoa e a deixava na garagem de minha casa, e escondido, eu a pegava para andar na Rua 7 de Setembro. Aprendi depois de muitas quedas e arranhões.

     Já faz um bom tempo que titia mora na cidade, mas nunca deixou de ir ao sítio, principalmente porque cria algumas cabeças de gado.  Já fazia alguns anos que eu tinha visitado o batula. Como é bom lembrar o passado e matar as saudades das coisas e locais que nos fizeram tanto bem. Se fosse possível gostaria de voltar o tempo e reviver os bons momentos de infância que passei no sítio batula ao lado de meus familiares.

Por Professor José Costa