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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Estudiosos apontam técnica para descobrir se alguém está mentindo

Todos nós mentimos em algum ponto de nossas vidas, entretanto, é possível que outros possam identificar quando isso acontece

Desconfiar de outras pessoas é natural. Independente de nossos motivos, muitos de nós tem dificuldades em acreditar no próximo. E segundo um estudo publicado no periódico Consciousness and Cognition, uma forma de ter maior confiança no que o outro diz, é olhando diretamente em seus olhos.

Como o estudo foi feito
Contato visual é um inibidor natural de mentiras. Para comprovar a teoria, os cientistas realizaram um experimento onde 51 pessoas jogavam um jogo multiplayer de computador. Só que ao invés dos participantes jogarem entre si, eles jogavam com atores.

Antes do jogo iniciar, os participantes eram notificados que poderiam mentir para ganhar a rodada. Então, separados por uma parede de vidro tecnológica que poderia ter seus níveis de opacidade modificados, o game iniciava-se.

Quando algum participante fosse fazer um movimento contra seu oponente, a parede de vidro que os separava ficava transparente, permitindo que houvesse contato visual. Quando isso acontecia, as pessoas não conseguiam mentir para seus adversários.

Conclusões
Jonne Hietanen, autor do estudo, afirma em entrevista ao Bustle que o estudo é o primeiro a comprovar através de experimentos o impacto do contato visual.


sexta-feira, 11 de março de 2011

Quando a mentirinha do seu filho passa a ser preocupante?

A mentira faz parte da infância, mas é preciso observar atentamente o comportamento das crianças

“Mamãe, hoje eu não tenho aula”. A mentirinha, vinda de uma criança que não quer ir à escola, pode parecer inocente. Mas, quando os filhos descobrem essa artimanha, todo cuidado é pouco.“Todos nós mentimos, o tempo todo. As pequenas mentiras são necessárias para que possamos viver em um meio social”, reconhece Blenda Marcelletti, terapeuta especializada em família. “Você não fala a verdade sobre tudo e para todos, pois magoaria as pessoas".

A especialista explica que, aos quatro ou cinco anos, as crianças descobrem a mentira, que serve como exercício para a evolução cognitiva e intelectual delas. Na infância, é comum imaginar histórias que se misturam à realidade. “Fantasiar faz parte do universo infantil. Isso auxilia no desenvolvimento, na capacidade de comunicação e percepção do mundo”. Mas os pais devem estar alertas, avisa a Blenda, que aconselha a acompanhar de perto a rotina dos filhos e observar se há sinais de que a mentira está passando dos limites.

Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especialidade que trata de jovens) da unidade de adolescentes do Hospital das Clínicas da USP, existe uma fase em que as crianças percebem que podem tirar proveito da mentira, que é facilmente detectável. “Elas não sabem mentir, por isso, se entregam. São ingênuas e, geralmente, se contradizem. Mas, quando adolescentes, podem tirar mais vantagem e manipular os pais.”
A mentira pode ser uma maneira de esconder alguma fragilidade
Não existe uma fórmula que defina quando a mentira passa dos limites. Mas é fato que a influência dos pais é crucial. Maurício avisa que o hábito de mentir pode ter sido alimentado, sem intenção, em casa.

“O filho tem os pais como modelo. Se a referência é falha, não dá para cobrar um comportamento adequado”. Maurício usa como exemplo o comum hábito dos pais que pedem aos filhos que digam que eles não estão, quando não querem atender a um telefonema. “Isso é o suficiente para que a criança aprenda errado”, afirma Maurício.

Existem, ainda, os casos extremos: os das pessoas que mentem compulsivamente. Esse tipo de comportamento pode denunciar um transtorno psiquiátrico, a mitomania, que exige acompanhamento especializado -outra prova de que é importante observar as atitudes dos filhos.
Mauricio diz, também, que a mentira pode surgir como forma de autoafirmação: “Quando ela existe sem finalidade, sem um benefício, ela pode estar escondendo uma espécie de fragilidade, como se a criança quisesse mostrar o tempo todo aquilo que não é, como uma autodefesa inconsciente.”

Lá em casa...

Paulo Baptista, empresário, diz que sua tática para que o filho Marcelo não minta é simples: acompanhar a rotina dele de perto. “Para mim, ele não conta mentiras, porque a única vez que tentou [sobre ter terminado a lição de casa], tomou uma bronca tão grande, que aprendeu. Ele sabe que, quando eu pergunto, geralmente, já sei a resposta ou vou verificar depois”, conta.

A terapeuta Blenda não concorda com a estratégia. “Dar bronca pode ter o efeito contrário: alimentar a ideia errada de que é melhor mentir. O ideal é tentar conversar e, se o processo não for interrompido, é necessário procurar ajuda profissional”, encerra.

Fonte: UOL

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mitos e Verdades sobre a Mentira


Mentir pode representar uma necessidade de esconder certos aspectos de nossa personalidade ou simplesmente uma maneira para preservar nossa intimidade

O telefone toca e você não está com a mínima vontade de atender. Do sofá da sala, então, grita pedindo para alguém dizer que você não está. Ou, sua amiga aparece com um novo corte de cabelo que não lhe cai bem, mas você prefere mentir dizendo que ela está linda, pois pensa que a verdade vai deixá-la arrasada. Ou então, seu cliente cobra uma resposta e você inventa que sim, respondeu, mas que o e-mail voltou. De falsos elogios a desculpas esfarrapadas, a mentira não tem idade, sexo ou idioma. Universal e democrática por excelência, ela é parte integrante de nossa existência.

Segundo a psicoterapeuta americana Irmtraud Tarr Kruger, autora do livro Da impossibilidade de viver sem mentir (Editora Pensamento-Cultrix), a mentira não é, como se supõe, um problema que diz respeito apenas a pessoas confusas, imorais ou narcisistas. Muito pelo contrário, ela diz respeito a todos nós. Mentimos (ou omitimos a verdade, o que dá na mesma) constantemente, quase sempre induzidos pela falta de coragem de assumirmos nossas verdadeiras motivações.

Na opinião da psicóloga paulista Patrícia Gebrim, melhor seria assumirmos nossos pontos de vista: "se uma amiga está vestindo uma roupa que você acha horrível, seria melhor não dizer nada a elogiar e mentir. Se ainda assim ela insistisse querendo saber sua opinião, você poderia dizer, de uma maneira delicada, que o vestido não lhe caiu bem". Fato é que, seja para nos livrarmos de situações embaraçosas, poupar os outros de mágoas ou simplesmente para proteger nossa privacidade, a mentira é um facilitador tão utilizado, que ganhou até classificação.

Mentiras sinceras

Mentira branca, necessária, social e por aí vai. São tantas as justificativas encontradas para esse comportamento que acabamos por acreditar que ele é normal. Afinal, costumamos dizer que todo mundo mente. "Certa dose de mentira está presente em todos nós", reforça o psicólogo paulista Cláudio Bastidas.

O desejo de ser aceito a qualquer custo é tão forte que nos leva a mentir, inventando situações para causar boa impressão e compensar sentimentos de insegurança e inferioridade. Entretanto, quanto mais saudável for uma pessoa, menos ela tenderá a mentir. Ou seja, "uma pessoa psicologicamente saudável mostrará coerência ao expressar o que pensa, o que sente, a forma como age e o que diz", esclarece Patrícia Gebrim.

A verdade é que o ser humano só mente porque precisa conviver com os outros e depende da reciprocidade deles. "A pessoa que mente muito, porém, tende a manter seus vínculos em um nível superficial, para não correr o risco de ser desmascarada, atitude que acaba por prejudicar sua vida social e afetiva e empobrecendo seus relacionamentos", conclui a psicóloga paulista.

Outro fator que pode levar as pessoas a criarem tantas fantasias é a dificuldade em lidar com conflitos. Mais do que vontade de enganar, a mentira representa, quase sempre, um mecanismo de defesa. O problema surge quando esse comportamento vira um hábito, uma atitude tão natural e espontânea que acaba por encobrir quem somos de verdade. "Dificuldades em lidar com conflitos podem levar a pessoa a viver uma fantasia que substitui a realidade", ressalta Cláudio.

Nesses casos, mentir torna-se algo tão natural e espontâneo que nos leva a criar uma espécie de mundo paralelo. E, quando nos damos conta, já caímos em nossa própria armadilha.

A voz mente e o corpo entrega

Especialistas ensinam que, assim como cruzar os braços encobre a mágoa e fechar os punhos exprime raiva, o corpo entrega o mentiroso por meio de:

Alterações no tom de voz ou discrepâncias entre a expressão facial e a voz;
Olhar risonho acompanhado de irritação na voz;
Corar;
Insegurança e inquietação no olhar;
Aumento dos contatos com o rosto (coçar a barba, morder os lábios ou puxar o lóbulo das orelhas);
Respiração mais prolongada e expiração mais curta após a mentira;
Fonte: Da impossibilidade de viver sem mentir, Irmtraud Tarr Kruger, Editora Pensamento-Cultrix

O autoengano

Bem dizia o cantor e compositor Renato Russo (1960-1996): "mentir para si mesmo é sempre a pior mentira". As calúnias que contamos a nós mesmos são as mais prejudiciais, uma vez que nos obrigam a fingir o tempo todo para manter a história em pé. Por causa delas, acabamos por representar personagens que aplacam nossa essência e nos afastam de nossa verdadeira identidade, criando um conflito permanente. Para desmascarar esse tipo de conversa, é necessário munir-se de muita coragem, mergulhar fundo na alma e deslocar a atenção da cabeça para o coração, a única parte de nós que não sabe mentir.

Socialmente falando...

Um complicador adicional para tudo o que dissemos até agora é a sociedade em que vivemos. "De nada ajuda o fato de vivermos em uma época na qual imperam a mentira e a prática de enganar", escreve Irmtraud Tarr Kruger em seu livro. "A começar pela mentira da mídia, que nos cerca dia e noite com imagens manipuladas eletronicamente, que tornam possível enganar com perfeição".

De acordo com a psicóloga americana, nosso mundo social não existe sem a simulação, a mentira e o engano. A mentira, infelizmente, se tornou um padrão universal de comportamento para atenuar os dissabores da nossa existência. Mas, atenção, segundo a autora, por constituir uma relação comunicativa com os outros, a mentira traz também decepção, mágoa e sofrimento.

Por fim...

Não existe receita pronta sobre como devemos lidar com a mentira. Avalie cada situação procurando compreender o que o leva a inventar tantas desculpas. Por trás destas, podem estar escondidas algumas respostas que você procura há muito tempo.

Irmtraud Kruger afirma que, para atingir um equilíbrio ideal, é preciso fazer perguntas do tipo: como, sobre o que, por que e por quanto tempo nós mentimos para nós mesmos e para os outros? E mais: quais as vantagens e desvantagens em mentir ou falar a verdade nesse caso? O que dou e o que recebo quando minto e quando digo a verdade? A que expectativas posso corresponder e a que preço? O melhor remédio, de qualquer forma, ainda é a boa e velha sensatez.

Fonte: Revista Natural - Por Angela Tessicini