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sábado, 7 de dezembro de 2019

Alimentos embutidos elevam o risco de câncer de mama


Não é de hoje que salsicha, salame e afins estão na mira dos oncologistas. E uma nova pesquisa confirma sua ligação com os tumores nos seios

Há dois anos, a Organização Mundial da Saúde colocou os alimentos embutidos na lista de fatores de risco para o câncer. Segundo a entidade, esses itens contribuem para o surgimento da doença no intestino.

Agora, cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, apontam um elo entre esse grupo alimentar e o câncer de mama. Na investigação, feita com base em informações de 262 195 mulheres de 40 a 69 anos, o consumo de apenas 9 gramas de embutidos ao dia (cerca de três fatias de salame) aumentou em 21% a probabilidade de ter esse tumor.

 “É um risco pequeno, bem menor do que o registrado para câncer de intestino“, compara Renato Cagnacci, cirurgião oncológico do Departamento de Mastologia do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. Porém, vale notar também que a quantidade de embutido considerada perigosa foi mínima.

“O resultado do trabalho sugere que é melhor nem comer esse tipo de alimento”, diz Cagnacci. Se não der para resistir, o médico recomenda deixar apenas para ocasiões especiais.

Alimentos industrializados causam câncer

Embutidos: de salsicha a linguiça
Segundo a nutricionista Thais Manfrinato Miola, do A.C.Camargo, a carne processada é aquela que passa por uma transformação com fermentação ou sal, podendo ser curada ou defumada. As substâncias usadas no processo são capazes de predispor ao câncer. Elas estão em:

Salsicha
Bacon
Salame
Presunto
Linguiça
Peito de peru
Rosbife
Mortadela


sábado, 23 de novembro de 2019

Evolução no tratamento contra o câncer em animais


Os tumores já são a principal causa de morte dos pets. Mas os tratamentos avançaram muito — e a prevenção também

A situação é conhecida entre nós, humanos: conforme a expectativa de vida aumenta, certas doenças que não costumavam preocupar tanto no passado se tornam mais comuns. Com cães e gatos, o raciocínio é semelhante. Como animais domésticos vivem cada vez mais, ficam propensos a problemas mais frequentes na velhice, caso do câncer. Um levantamento do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo, constatou que, nos últimos 30 anos, a expectativa de vida dos pets atendidos por lá dobrou.

Cães de pequeno porte, por exemplo, passaram de uma vida média de 9 para 18 anos. Já os felinos chegam fácil a duas décadas na família. O maior cuidado dos tutores e os progressos no tratamento veterinário respondem diretamente por esse fenômeno. Mas, como efeito colateral, mais bichos vivenciam a ameaça e o sofrimento de um tumor.

Calcular a prevalência da doença no mundo animal vem sendo um desafio. Os números variam de acordo com o local e as condições sanitárias dos países. Os especialistas apontam, porém, que o câncer já virou a principal causa de morte entre os animais de estimação em nações desenvolvidas — e o Brasil parece ir na mesma direção. A percepção tem convocado profissionais e tutores a realizarem check-ups preventivos e prestarem atenção em sinais da enfermidade, que variam conforme o tipo e a localização do tumor.

A instrução do veterinário é especialmente bem-vinda. “É importante observar, apalpar e distinguir o que é normal e o que não é”, diz Maria Inês Witz, professora de veterinária da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

“Quando escovamos os dentes dos animais, é possível ver alguma alteração na gengiva ou na língua”, exemplifica a especialista. Calombos, inchaços e formações estranhas merecem o olhar de um profissional.

O ponto é que nem sempre um câncer dá sinais visíveis ou se sente em um toque. Daí a necessidade de reparar no comportamento do bicho. “Febre baixa, vômito, diarreia, falta de apetite frequente… Se não for detectada outra causa, precisamos investigar a presença de tumores”, recomenda o veterinário Jair Rodini Engracia Filho, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Além de manter os cuidados e as consultas de rotina, sobretudo à medida que o pet envelhece, vale a pena saber que algumas estratégias reduzem o risco de encarar a doença: está comprovado, por exemplo, que a castração baixa a propensão a câncer de mama, um dos mais comuns em fêmeas.

É fato, contudo, que nem sempre dá para evitar seu aparecimento. Por isso, pintando a suspeita, não hesite em procurar o especialista. “É comum as pessoas acharem que o animal vai melhorar sozinho, e nessa espera as coisas pioram”, lamenta Maria Inês.

Os tumores mais prevalentes
De mama: muito frequente em gatas e o principal em cadelas, pode ser prevenido com a castração antes do primeiro cio ou da maturidade sexual.

De pele: o carcinoma espinocelular e o mastocitoma se manifestam na pele. Atingem raças de pelagem clara e boxer, pug e labrador.

TVT: é o tumor venéreo transmissível, disseminado pelo contato (sexo, lambidas…). Se instala em boca, focinho ou genitais.

Leucemia felina: causada pelo retrovírus, lembra muito a aids em humanos. Por ser de origem viral, pode ser prevenida com uma vacina.

O tratamento contra o câncer nos dias de hoje
Quando o diagnóstico vem, a notícia triste é acompanhada também por uma preocupação: e agora? O que posso fazer para ajudar? “Nos últimos anos, temos percebido uma grande evolução na relação do tutor com o animal”, observa Engracia Filho.

E ele completa: “Trinta anos atrás a maior parte dos cães era um animal de proteção da casa. Hoje, é um animal de companhia, e a pessoa já fica mais atenta a problemas, como nódulos ou o aparecimento de alguma massa anormal”.

Como ocorre com os humanos, o diagnóstico precoce é decisivo para um tratamento bem-sucedido. Logo, se ficar intrigado, não demore em levar o amigo ao veterinário.

Assim como os donos cuidam mais do pet e estão mais dispostos a desembolsar uma grana para custear tratamentos, a oncologia veterinária também deu um salto nas últimas décadas. O conhecimento e os investimentos na área possibilitaram a criação de novas terapias, hoje mais acessíveis. “O nosso intuito é promover o máximo de bem-estar e sobrevida possível”, resume o professor da PUC-PR.

Opção usual em um passado não tão distante, a eutanásia em casos assim pode ser agora a última alternativa, apenas escolhida quando a qualidade de vida não pode mais ser preservada.

“Infelizmente, muitos tutores ainda esbarram na dificuldade financeira para arcar com os custos do tratamento, e só vêm procurar ajuda quando a ação do veterinário já fica muito limitada”, relata o especialista.

Em casa, além do carinho e da parceria para enfrentar a doença, uma forma efetiva de ajudar o pet é cuidando da alimentação. “Uma dieta equilibrada, com o mínimo de conservantes e associada ao tratamento, minimiza o crescimento dos tumores”, explica Maria Inês.

Entre as mudanças de hábitos alimentares que os estudos recentes sugerem está a redução de carboidratos — como as células cancerosas consomem muita energia, uma ingestão limitada reduziria a atividade delas.

Os estudiosos cada vez mais concordam num ponto: os cânceres dos pets têm, em geral, muito em comum com os tumores que afetam os próprios seres humanos. “Os mecanismos da doença são semelhantes entre nós e os animais”, afirma Engracia Filho.

“Novas pesquisas feitas na medicina humana, como o reconhecimento e a intervenção em genes ligados ao câncer, também poderão servir na oncologia veterinária”, acredita o professor.

Pois é, essa é uma área da ciência que se beneficia das trocas de conhecimento entre saúde humana e animal (e vice-versa). E, para os pets, é uma retribuição por um companheirismo e uma amizade que não têm preço.

Quais são principais tratamentos contra o câncer em animais
Cirurgia: quando há possibilidade de fazê-la, ainda é o método preferido, já que aumenta a chance de eliminar o tumor por completo.

Quimioterapia: é recomendada quando a cirurgia não é indicada ou há suspeitas de que ainda existem células do câncer no organismo do animal.

Radioterapia: tecnologia mais recente na oncologia veterinária, é oferecida em poucas cidades, geralmente adaptando equipamentos da medicina humana.

Medicamentos: ainda há poucas opções no mercado, mas novos remédios vêm sendo testados com sucesso. A aposta está em drogas com ação precisa.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/evolucao-no-tratamento-contra-o-cancer-em-animais/ - Por Maurício Brum - Ilustração: Amanda Talhari/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Frutas, legumes e verduras afastariam o câncer de cabeça e pescoço


Um estudo brasileiro associa diferentes alimentos naturais a um menor risco de tumores de boca, faringe e laringe

Valorizar os vegetais é uma estratégia conhecida contra o surgimento de alguns tipos de câncer. E, com os avanços na ciência, essa recomendação dietética está ficando mais precisa. Um novo estudo, por exemplo, mostra que certas frutas, legumes e verduras estão ligadas a uma redução no risco dos tumores de boca, faringe e laringe.

O trabalho foi conduzido pelo A.C.Camargo Cancer Center em três estados brasileiros. Ele envolveu 1 740 indivíduos — 847 acometidos por um desses tipos de câncer e outros 893 sem a doença. Dados sobre dieta, higiene pessoal, condição socioeconômica, tabagismo e consumo de álcool foram investigados.

Ao analisar as informações, os estudiosos viram que o risco de sofrer com a doença era menor em quem tinha o prato mais natural. Mas eles não pararam por aí e resolveram avaliar o impacto de ingredientes específicos.

Para cada alimento, um benefício
Na investigação, o hábito de comer regularmente tomate e frutas cítricas estava relacionado à proteção contra o câncer de boca. Maçãs e peras, por sua vez, pareceram resguardar a laringe.


Já o consumo de vegetais crucíferos (da família do brócolis) culminou em uma menor incidência de tumores de laringe e hipofaringe. Essas estruturas, aliás, também se beneficiariam da ingestão de cenoura.

Até a banana, a fruta mais popular do Brasil, associou-se com a menor probabilidade de câncer de orofaringe.

Mas atenção: os voluntários que colheram essas vantagens relatavam comer os vegetais “diariamente” ou, ao menos, “na maior parte dos dias”.

Os nutrientes que espantam tumores
A oncologista Maria Paula Curado, líder da pesquisa, explica que esses alimentos são fontes de substâncias com efeito anticâncer, como os carotenoides. “O licopeno, presente no tomate, tem ação antioxidante e inibe o crescimento das células tumorais, além de atuar no controle do estresse oxidativo”, destaca a médica, que coordena o Núcleo de Epidemiologia e Estatística em Câncer do A.C.Camargo Cancer Center.

Criptoxantina e betacaroteno, outras moléculas de destaque, marcam presença nas frutas cítricas e na cenoura. Além disso, as vitaminas encontradas nesses vegetais reduzem a ação dos radicais livres nas células – um processo que pode levar ao câncer.

Brócolis, repolho e couve, que também foram analisados no estudo, são fontes de glucosinolatos, partículas que inibem as células malignas. Já o segredo da banana estaria em sua rica constituição: polifenóis, vitaminas e outros compostos bioativos.

Ainda assim, mais do que pensar em um ou outro alimento, os especialistas pedem para variar entre diferentes vegetais — e abusar deles. A recomendação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é consumir no mínimo cinco porções ao dia de frutas e vegetais sem amido ao dia. Cada porção equivale a uma quantidade que caiba na palma da mão do produto picado ou inteiro.

Outros fatores de risco
Estima-se que cerca de 40% dos tipos mais comuns de câncer sejam evitados com modificações no estilo de vida e na dieta. Agora, não dá para dizer que comer vegetais é o suficiente para, por exemplo, anular os efeitos da combinação de cigarro e bebida alcoólica — responsável por quase 80% dos tumores de cabeça e pescoço.

A infecção pelo vírus HPV também pode levar à doença, que é mais frequente em homens. “Nenhum estudo mostra que elementos nutricionais são capazes de amenizar os malefícios causados por agentes carcinogênicos”, conclui Maria Paula.


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Maioria das brasileiras só descobre o câncer de mama no autoexame


Levantamento realizado no Rio de Janeiro mostra que mulheres flagram a doença apenas quando sentem caroços ou outras alterações nos seios. Por quê?

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou uma pesquisa com 405 pacientes cariocas com tumores nas mamas. Os dados apontam que 66,2% detectaram o problema sozinhas, ao perceber que algo não estava bem no peito. Os principais sintomas relatados foram presença de caroços (89,6% das vezes), seguido por dores (20,9%), alterações na pele (7,1%), saída de secreção no mamilo (5,6%), mudanças no formato da mama (3,7%) e outras alterações no mamilo (2,6%).

A mamografia e outros métodos de imagem só revelaram a enfermidade em 30,1% das mulheres, enquanto 3,7% receberam o diagnóstico na consulta com o médico. Se por um lado isso reforça a importância de ficar atento aos sinais que o corpo dá, por outro denuncia a falta de estrutura básica para atender a população no sistema público de saúde — mesmo que seja para realizar testes de checkup importantes para encontrar doenças em seus estágios iniciais. Veja: o autoexame geralmente só é capaz de notar nódulos e malformações que já ultrapassaram 1 centímetro de extensão, o que complica o tratamento e reduz as chances de sucesso.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou uma nota com uma análise dos achados desse estudo — segundo ela, a alta taxa de diagnósticos feitos pelo toque nos seios decorre do baixo acesso às mamografias. “Em seus estudos, a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia, em conjunto com a SBM, mostra que menos de 25% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram a mamografia pelo Sistema Único de Saúde em 2015”, afirma o informativo. “O Estado não pode repassar à brasileira o ônus de sua inoperância na realização de mamografias”. A entidade reforça ainda que passar pelo exame é um direito constitucional de todas aquelas que passaram dos 40 anos.


Atualmente, existe uma grande polêmica sobre a idade ideal para começar a se submeter a mamografia, o método mais indicado para diagnosticar a doença em sua fase inicial. Enquanto o Inca e a Organização Mundial da Saúde estabelecem que mulheres entre 50 e 69 anos precisam passar pelo checkup a cada dois anos, a SBM, a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia acreditam que o teste deva ser iniciado antes, a partir dos 40 anos — e uma vez a cada 12 meses. As recomendações mudam se há histórico de câncer de mama na família: aí é importante passar pelo laboratório mais cedo. Diante da controvérsia, consulte seu médico para saber quando pedir a avaliação.

Confira abaixo a nota completa da Sociedade Brasileira de Mastologia

A Sociedade Brasileira de Mastologia reitera que a mamografia no Brasil é um direito de toda mulher acima dos 40 anos de idade. Deve ser lembrado que a mamografia não funciona isoladamente e, eventualmente, pode falhar. Ainda assim, é o único método que demonstrou reduzir a mortalidade por câncer de mama.

Os casos que acontecem no Brasil, nos quais a mulher descobre o seu próprio nódulo, se deve ao baixo índice de acessibilidade à mamografia pelo SUS. O Estado não pode repassar à mulher brasileira o ônus de sua inoperância na realização de mamografias. O baixo número desses exames realizado no Rio de Janeiro pelo SUS em 2015 (15,3%), em mulheres de 50 a 69 anos, demonstra que elas não estão tendo seu direito garantido, apesar da lei. É isso que reflete a pesquisa anunciada pelo INCA, ou seja, por não fazerem mamografia, as mulheres detectam o câncer pelo autoexame.

Em seus estudos, a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Mastologia, mostra que menos de 25% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2015.
Os estudos também confirmam as pesquisas divulgadas no Canadá e no Reino Unido, que revelam que a mamografia realizada entre 40 e 49 anos pode reduzir a mortalidade, considerando que, se feita anualmente, pode oferecer maior chance de cura e maior sobrevida para as mulheres que tiveram o infortúnio de desenvolver câncer de mama.

Hoje, ¼ das 58 mil mulheres que desenvolverão o câncer de mama no Brasil neste ano estarão entre 40 e 49 anos. Considerando que é um direito constitucional da mulher brasileira fazer a mamografia, a SBM recomenda que o exame mamográfico seja feito anualmente a partir dos 40 anos. E mais. Recomenda que a mulher possa e deva se autoexaminar, uma vez que conhecer o próprio corpo faz parte da obrigação de cada indivíduo. Esses fatos mostram que é fundamental o estado prover mamografia para todas as mulheres acima de 40 anos e que pontes possam ser construídas evitando que o peso recaia sobre os ombros da mulher brasileira.


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Por que suar a camisa é uma arma contra o câncer

Médica do Icesp esclarece a importância dos exercícios e do controle do peso na prevenção e no tratamento dos tumores

O câncer é um conjunto de mais de cem doenças ocasionadas pelo crescimento desordenado de certas células, que invadem e prejudicam outros tecidos e órgãos. Tais células podem se multiplicar e se espalhar para outras regiões do corpo, causando a chamada metástase. Alguns hábitos ajudam a prevenir o problema, como não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Outro fator importante nessa proteção é estar atento à balança e colocar o corpo em movimento.

A prática de atividades físicas é comprovadamente uma das atitudes a serem adotadas para diminuir o risco de câncer. Entretanto, na contramão dessa informação, o que vemos é o mundo enfrentar uma verdadeira epidemia de obesidade e sedentarismo. Esse fenômeno, aliás, já começa a afetar crianças e adolescentes, o que gera consequências de longo prazo, entre elas o aumento no número de casos de tumores.

Só no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão cerca de 600 mil novos casos em 2018.

A cada dia que passa, a ciência conquista novos avanços no tratamento dos diferentes tipos da doença. Ainda assim, com a saúde continua valendo a máxima “é melhor prevenir do que remediar”. Daí a importância de aderir, desde cedo, a um estilo de vida mais favorável à prevenção do câncer. As mudanças nos hábitos ainda na infância podem evitar o surgimento de diversas doenças na vida adulta. Saiba, porém, que nunca é tarde para começar a cuidar do corpo.

Não podemos ser defensores da magreza nem da gordura. O equilíbrio é um fator inquestionável para uma vida saudável. Sabemos que o tecido gorduroso participa ativamente do nosso metabolismo e exerce uma grande interferência nos níveis dos hormônios circulantes, o que torna a obesidade um potencial fator de risco para o desenvolvimento de 13 tipos de câncer:

De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De tireoide
De útero
De cólon (intestino)
De ovário
Mieloma Múltiplo
Meningioma
De pâncreas
De vesícula biliar
Ao observarmos essa questão sob outra ótica, também está documentado que o exercício físico contribui para a redução do risco de 13 tipos de câncer. Alguns deles são comuns àqueles estimulados pela obesidade, embora os mecanismos de proteção não se restrinjam à diminuição do peso e à mudança corporal. Falamos do seguinte grupo de tumores:

De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De bexiga
De útero
De cólon
De reto
Mieloma Múltiplo
Leucemia Mieloide
De pulmão
De cabeça e pescoço

Entre os mecanismos atribuídos ao papel protetor da atividade física nesse contexto estão a redução da gordura e da disponibilidade de alguns hormônios, a inibição dos processos celulares que induzem o aparecimento do tumor, a melhora da imunidade e também o equilíbrio do trânsito intestinal, o que diminui a exposição dessa região a agentes carcinógenos.

Além disso, os exercícios são frequentemente receitados como auxiliares na recuperação e na reabilitação dos pacientes em tratamento de câncer. E aqui falamos de inúmeros efeitos vantajosos, como alívio da fadiga, redução de dor crônica, melhora do humor e do sono, ganhos em funcionalidade e na participação social. Enfim, tudo que concorre a favor da qualidade de vida.

Um dos benefícios mais notáveis é justamente o combate à chamada fadiga oncológica, a sensação persistente de cansaço e exaustão em decorrência da doença e dos procedimentos terapêuticos necessários. O exercício físico regular é hoje um dos grandes pilares do seu tratamento.

Os estudos recomendam uma média de 150 minutos de exercícios de intensidade moderada distribuídos na maior parte dos dias da semana. O ideal é manter uma rotina ativa, algo que pode ser alcançado com mudanças simples, como a inclusão de caminhadas ou mesmo com o ato de subir e descer escadas. Nos exercícios programados, a orientação é combinar treino aeróbio (caminhada, corrida…) e anaeróbio (musculação, pilates…), sem deixar de fora o aquecimento antes e os alongamentos depois — lembrando que estes não entram na conta dos 150 minutos.

Não vale a pena suar a camisa?

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-suar-a-camisa-e-uma-arma-contra-o-cancer/ - Por Dra. Christina May Moran de Brito, fisiatra - Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Um exame de sangue que detecta até 8 tipos de câncer

Novo teste abre as portas para que tumores de mama, pulmão e tantos outros sejam detectados precocemente por meio do sangue

O câncer, antes mesmo dos primeiros sintomas, começa a deixar rastros no sangue. Eles podem ser pequenos pedaços de DNA mutante flutuando em meio a glóbulos vermelhos e brancos, ou proteínas específicas. Cada tipo de tumor – há muito mais de cem deles – deixa vestígios um pouco diferentes. E agora estamos no caminho de identificar essas moléculas com um novo tipo de exame de sangue, anunciado na Science.

Quando aplicado a 1 005 voluntários com câncer diagnosticado, o teste identificou a doença e o órgão atingido em 70% dos casos – a taxa de sucesso variou entre 39% e 96% conforme o tipo. Tudo com um vidrinho do líquido, sem raio-x nem ressonância magnética.

Entre os tipos testados, estão alguns dos mais comuns: mama, pulmão, ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago e reto. O método também foi testado em 812 pessoas sem a enfermidade para verificar o número de alarmes falsos. Foram apenas sete enganos.

É claro que ainda há muito a ser aperfeiçoado. A precisão cai para 40% quando são considerados apenas tumores no primeiro estágio de desenvolvimento. E é justamente nessa fase, em que o câncer muitas vezes é assintomático, que o método seria mais valioso. Seja como for, agora que a ideia está lançada, fica mais fácil desenvolver versões eficientes do método – e também mais baratas, que poderão ser aplicadas a uma grande parcela da população.

“Esse é um dos primeiros estudos a combinar biomarcadores proteicos e DNA de tumores circulando no sangue como ferramentas de diagnóstico”, afirmou ao The Guardian Chris Abbosh, do University College em Londres, que não participou do estudo. “Também em um dos primeiros a aplicar essas ferramentas a vários tipos de câncer em um grande número de pacientes.” Atualmente, cinco dos nove tumores analisados não tem teste preventivos (no jargão técnico, rastreio ou screening) eficientes.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/um-exame-de-sangue-que-detecta-ate-8-tipos-de-cancer/ - Por Bruno Vaiano (da Superinteressante) - Foto: Sattu/SAÚDE é Vital

sábado, 1 de abril de 2017

Tipos de câncer mais frequentes: tudo que você precisa saber sobre esses 10 tumores

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 8,2 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em decorrência do câncer. Esse tipo de doença pode se manifestar em diversas partes do corpo - sempre tendo como característica principal a reprodução descontrolada de células anormais e malignas -, mas em algumas regiões, ele é mais comum.

Para facilitar a prevenção e o diagnóstico precoce deles, reunimos informações sobre os dez tipos de câncer mais comuns de acordo com o INCA.

Quais são os tipos de câncer mais frequentes?

Câncer de pele não-melanoma
Os cânceres de pele são classificados como melanoma, que surge da melanina que pigmenta a pele, e não-melanoma, que resulta em mutações nas demais células da pele. De acordo com o INCA, o segundo é o tipo de câncer mais incidente no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 30% dos casos da doença e somando mais de 175 mil pacientes. Sua principal causa é a exposição solar desprotegida.
Sintomas
Os principais sintomas do câncer de pele são: lesões avermelhadas e com vasinhos; feridas que demoram para cicatrizar; lesões e manchas acompanhadas de coceira, ardência, descamação e sangramento; caroços na pele; manchas mais claras que o tom natural da derme.
Pintas assimétricas, com bordas, várias cores e crescimento progressivo também devem ser encaradas com cuidado pois podem se tratar de tumores malignos do tipo melanoma. Busque um dermatologista caso apresente esses indícios.
Prevenção
Já a prevenção é simples e começa pelo uso de filtro solar. Evitar a exposição solar em horários que o sol é mais intenso (das 10h às 16) e abusar de proteções físicas (como chapéus, óculos de sol e guarda-sol) também é indicado.

Câncer de próstata
O segundo tipo de câncer mais frequente é o de próstata, que atinge cerca de 60 mil homens anualmente. Essa glândula masculina fica na parte inferior da bexiga e tem a função de produzir alguns componentes do sêmen. Sua incidência atinge principalmente pessoas idosas.
As causas do câncer de próstata ainda não são conhecidas, mas sabe-se que seu aparecimento está ligado a fatores genético e exteriores, como má alimentação e obesidade.
Sintomas
Os sintomas costumam ser discretos e incluem dificuldade ou vontade excessiva de urinar. Quadros avançados apresentam dores pélvicas e infecções graves.
Prevenção
Assim como em outros tipos de tumor, a alimentação tem poder preventivo. Apostar em frutas, verduras, grãos e fibras é uma boa maneira de reduzir o risco de ter o problema. Atividades físicas, controle do peso e evitar o uso de drogas e álcool são outras atitudes benéficas.
Quando necessário, podem ser usadas estratégias de rastreamento para o câncer de próstata, como exame do toque retal e do marcador PSA, que devem ser indicadas expressamente por um médico, visto que em alguns casos podem trazer mais malefícios do que benefícios, como diagnóstico falso-positivo e realização de biópsia sem necessidade.

Câncer de Mama
Esse tumor aparece em segundo lugar no ranking de tipos de câncer mais frequentes entre as mulheres, logo atrás do tumor de pele. Responsável por mais de 55 mil casos anuais, é caracterizado pelo aumento anormal de células do seio e causado principalmente por mutação genética e histórico familiar. Todavia, outros fatores como tabagismo, alcoolismo, gestação e menopausa tardia também contribuem para seu aparecimento.
Sintomas
Anualmente, o Brasil registra mais de 50 mil casos de câncer de mama, cujos sintomas incluem: nódulos no pescoço, seio e axilas; alterações de tamanho e na pele da mama; lesões e secreção nos mamilos.
Prevenção
Ainda não há meios concretos de evitar esse tumor. Contudo, segundo o INCA, apostar em hábitos saudáveis, como alimentação adequada, atividade física, evitar álcool e cigarro pode diminuir em quase 30% a chance de ter o problema. Outro fator importante é a realização do autoexame e de testes periódicos, como o ultrassom mamário e a mamografia, visto que o câncer de mama detectado na fase inicial tem maior chance de cura.

Câncer de cólon e reto
Também chamado de câncer colorretal, ele atinge as partes finais do intestino grosso chamadas de cólon e reto. Geralmente, é fruto de predisposição genética, mas também pode ter relação com fatores externos como pólipos intestinais, quadro em que há o crescimento de tecido no interior do aparelho digestivo.
Sua taxa de mortalidade é baixa e o prognóstico de cura é melhor se a doença for descoberta logo nas fases iniciais.
Sintomas
Seus principais sintomas incluem: alterações nos hábitos do intestino, como intestino solto e constipação; dores abdominais; gases; sangramentos; perda de peso inexplicada; enjoo; fraqueza.
Prevenção
Uma forma de prevenir o câncer colorretal é apostar em uma alimentação balanceada e rica em fibras, que regulam o trato digestivo, além de praticar atividades físicas. Evitar drogas, álcool e carnes vermelhas demasiadamente são outras atitudes que colaboram para evitar a doença.

Pulmão, traqueia e brônquios
Aproximadamente 28 mil casos surgem por ano pelo câncer de pulmão. Ele também pode acometer outras partes do sistema respiratório, como a traqueia e os brônquios.
Sua principal causa é o tabagismo, que corresponde a 90% dos quadros. Outros fatores que provocam o acometimento são a inalação de fumaça de cigarro, químicos e poluição. Doenças do trato respiratório também podem impulsionar o aparecimento da doença, assim como fatores genéticos.
Sintomas
Tossir demasiadamente, escarrar sangue e ter pneumonias de repetição são os principais sinais desse acometimento.
Prevenção
Parar de fumar é o primeiro passo. Para se ter uma ideia do malefício desse hábito, o risco de ter câncer de pulmão diminui em apenas 20 minutos após largar o cigarro.
Outros atos preventivos válidos são manter uma alimentação adequada, evitar inalar fumaça tóxica, poluição e agentes químicos, tratar doenças pré-existentes, além de realizar exames preventivos se houver histórico da doença na família.

Câncer de estômago
Mais de 20 mil casos de câncer de estômago surgem todos os anos no Brasil. Os indivíduos mais propensos a ter essa doença são os homens acima de 70 anos, contudo as chances de ter o acometimento já são maiores a partir dos 50. Suas causas incluem predisposição genética e doenças como gastrite atrófica.
Sintomas
Sua manifestação inclui redução de peso sem motivo aparente, cansaço, sensação de estômago estufado, vômito, enjoo, dor no abdômen, alteração na cor e densidade das fezes, sangramentos no estômago, aumento do volume abdominal e nódulos no pescoço e umbigo.
Prevenção
Apostar em uma alimentação adequada, repleta de fibras, legumes e frutas cítricas, é uma maneira de prevenção do tumor, visto que essas comidas possuem vitamina C e betacaroteno que protegem o órgão.
Evitar drogas, álcool e cigarro é outro ponto importante, assim como não exagerar no consumo de alimentos industrializados. Cuidar da qualidade da água também é necessário, pois o líquido com alta quantia de nitrato pode aumentar o risco desse tumor.

Câncer de colo do útero
Esse tumor atinge o colo do útero, que é a parte inferior do órgão, também chamada de cérvix. Anualmente, faz mais de 16 mil vítimas. Entre suas principais causas está a infecção pelo papilomavírus humano, que é o nome dado ao vírus do HPV.
Depois de contraído, o que pode ocorrer por relação sexual ou contato indireto, o micro-organismo pode reagir de diferentes maneiras: em alguns casos o HPV é curado naturalmente, por meio do sistema imunológico, em outros causa feridas no colo do útero de cunho benigno ou de caráter malígno, que são câncer.
Sintomas
Os sintomas de câncer de colo de útero só costumam aparecer nas fases mais avançadas da doença. Nestes casos, pode surgir dor e sangramento na relação sexual, secreção anormal, cólicas intensas e alterações urinárias e intestinais.
Prevenção
Evitar o contágio pelo vírus é o primeiro passo para evitar o tumor. A camisinha não protege completamente, visto que o HPV também está em toda a pele da região íntima, mas já reduz o risco de contágio.
Diminuir o número de parceiros, tomar a vacina para HPV e realizar consultas e exames periódicos, como o papanicolau e a colposcopia, também são estratégias valiosas. Outros hábitos preventivos incluem parar de fumar e manter uma dieta equilibrada.

Câncer de boca
Com mais de 15 mil casos por ano, o câncer de boca pode afetar toda a cavidade oral, incluindo lábios, língua, palato, bochechas e gengivas. Costuma ser mais frequente em indivíduos do sexo masculino acima dos 40 anos.
Fumar e beber álcool aumentam a chance de ter a doença. Ter HPV também pode colaborar, assim como pegar sol nos lábios sem a devida proteção.
Sintomas
Lesões que não saram, nódulos, manchas e placas podem ser indícios de câncer na cavidade oral. Ficar com a voz rouca, ter dificuldade em engolir, mastigar e falar também, especialmente em casos mais avançados.
Uma boa alternativa para identificar os sinais é fazer o autoexame da boca, que é uma inspeção de todos os aspectos da mucosa.
Prevenção
Dieta balanceada, higienizar a boca corretamente, evitar fumar e ingerir álcool são meios de evitar o problema. O uso de protetor solar labial também é indicado.

Linfoma de não-Hodgkin
O linfoma atinge os linfonodos, que são células responsáveis pelo sistema imune. O tumor é dividido de acordo com suas características em dois tipos, o de não-Hodgkin e o de Hodgkin. O primeiro fica em 9° lugar no ranking dos cânceres mais incidentes no Brasil, respondendo por mais de 10 mil e duzentos casos.
As causas para o aparecimento desse tipo de tumor mais comum ainda não estão muito bem definidas, mas sabe-se que indivíduos com o sistema imunológico abalado têm mais chances de desenvolver o problema, assim como os que possuem determinados tipos de vírus e bactérias. Outra possível relação é a exposição a produtos químicos, como inseticidas, fertilizantes e solventes.
Sintomas
Entre as principais manifestações estão: aumento dos gânglios do pescoço, axila e virilha; suor excessivo; febre, coceira; emagrecimento sem razão aparente.
Prevenção
Manter um cardápio balanceado, evitar radiação e praticar atividades físicas são pontos que colaboram com o sistema imunológico, cujo equilíbrio é essencial para evitar o linfoma.

Leucemia
Com pouco mais de dez mil casos por ano no Brasil, a leucemia é um tipo de câncer caracterizado pela alteração e reprodução descontrolada dos glóbulos brancos do sangue, que são responsáveis por defender o organismo.
É motivado por tabagismo, radiação, problemas hereditários, algumas drogas quimioterápicas e alguns tipos de doenças no sangue. O benzeno, químico encontrado no cigarro e na gasolina, também pode favorecer o aparecimento do câncer.
Sintomas
Como consequência do desequilíbrio dos glóbulos brancos, a produção das demais células que compõem o sangue é prejudicada, gerando um desequilíbrio que causa infecções, anemia e hemorragias pela pele, boca e nariz.
Além disso, pode surgir inchaço nos gânglios linfáticos, enjoo, vômito, febre, redução de peso e dores na barriga, ossos e articulações.
Prevenção
Não há meios concretos para prevenir a leucemia. A única atitude possível para evitar a incidência da doença é parar de fumar.


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Como aproveitar o verão para evitar vários tipos de câncer

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica dá cinco sugestões de como aproveitar essa época para adotar hábitos que afastam tumores — não só os de pele

Basta o Sol aparecer com força que já pipocam reportagens cobrando uma proteção adequada contra os raios ultravioleta. Embora esse cuidado seja realmente importante, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) foi além este ano.

Em um comunicado liberado em primeira mão para a SAÚDE, a entidade traz orientações à população sobre como se comportar durante essa época do ano para afastar o risco de diversos tumores (e não só o de pele). Confira abaixo — e veja se não é o caso de incorporar tais medidas!

Adote uma alimentação refrescante e equilibrada
O cardápio do dia a dia é determinante para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer — e, no verão, talvez seja mais fácil adotar uma dieta balanceada. Ora, frutas, verduras e legumes costumam ser cheios de água, o que ajuda a refrescar o calorão.
Segundo o documento da SBOC, o ideal é apostar em uma alimentação rica em folhas, legumes, frutas, azeite, grãos, castanhas e peixe. Por outro lado, busque maneirar na ingestão de açúcar, enlatados e defumados.

Reduza o consumo de álcool
Com as festas de final de ano, muitas pessoas aumentam significativamente o número de doses. Que fique claro: ninguém vai pedir para você não se divertir, mas vale bater na tecla da moderação, inclusive porque os drinques desidratam.
A ingestão de álcool foi associada, segundo vários estudos, a uma maior probabilidade de desenvolver cânceres de boca, garganta, laringe, esôfago, fígado, cólon, intestino e mama. Mesmo quem não abusa estaria mais sujeito à doença, quando comparados a abstêmios. Mas o importante mesmo é não combinar álcool com cigarro. Essa dupla aproxima demais as pessoas do câncer.

Aproveite o clima (e as férias) para se mexer mais
O verão serve como fator motivador para a atividade física. Tem quem goste de correr ou caminhar na praia, quem aproveite para nadar mais, quem simplesmente saia de casa para curtir o tempo e por aí vai.
“Estudos científicos atestaram que os indivíduos que mais se exercitam apresentam um porcentual menor de diversos tipos de câncer, como de esôfago, fígado, pulmão, cólon e mama”, elencou o oncologista Cláudio Ferrari, da diretoria da SBOC, naquela nota oficial. “Por esse motivo, recomendamos uma dieta saudável aliada à atividade física como receita para o bom condicionamento físico e para reduzir o risco de câncer”, arremata.

Olhe mais para o próprio corpo
Até pela maior frequência de biquínis, maiôs, shorts e sungas, fica naturalmente mais simples vislumbrar a nossa pele em busca de sinais suspeitos. Embora a maioria dos cânceres de pele não seja tão agressiva, alguns podem, sim, matar se não flagrados precocemente.
Portanto, permaneça atento ao surgimento de manchas ou a alterações em pintas já existentes. Mudanças de cor e de tamanho não podem ser negligenciadas — se for o caso, procure um dermatologista.

Como não poderia deixar de ser, tenha cuidado com o sol
Tomar sol é um hábito saudável, que contribui para o desenvolvimento ósseo e para o bem-estar. No entanto, o exagero pode ser o estopim para tumores de pele.
Diante disso, a SBOC recomenda o uso de protetor em toda exposição solar. O período de maior cuidado é das 10 às 16 horas, quando há uma grande concentração de raios ultravioleta capazes de fomentar um câncer.
Indivíduos de pele clara merecem cuidado redobrado. Abuse de bonés, e camisetas e valorize o guarda-sol.


sábado, 12 de novembro de 2016

Atitudes que ajudam a afastar o câncer de mama e outros tumores

Hábitos saudáveis são essenciais para diminuir a probabilidade de tumores malignos aparecerem. Saiba o que fazer para afastar os principais tipos de câncer

Em 2017, a estimativa é que 58 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama no Brasil. Felizmente, a grande maioria delas será curada – boa parte, graças à conscientização promovida pelo Outubro Rosa. Conheça as atitudes que podem fazer toda a diferença na luta contra esse e outros tipos da doença.

Câncer de mama

2017: estimativa de 57 960 novos casos em mulheres.
Em 2014: 14 622 brasileiras perderam a vida.
Principais vilões:
Ser mulher não é fácil: filhos, depilação, trabalho… E estrogênio! Além de influenciar nosso humor, ele está fortemente ligado ao câncer de mama, principalmente no caso de quem tem a primeira menstruação muito cedo ou entra no período pós-menopausa tardiamente. “A reposição hormonal não deve durar mais que cinco anos”, diz Arn Migowski, médico sanitarista e epidemiologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Alguns estudos também apontam uma relação com bebida alcoólica, sedentarismo e obesidade.
Suas estratégias:
– A dica agora é ir ao médico caso perceba algum nódulo duro nos seios, ainda mais se ele for fixo ou persistir por mais que um ciclo menstrual. Outro sinal de alerta: mamilo retraído ou secreção clara saindo dele. Já a partir dos 50 anos, a mamografia tem que ser realizada a cada dois anos (alguns especialistas indicam a partir dos 40).
– Há alguns anos, Angelina Jolie causou polêmica ao divulgar que havia retirado os seios para se prevenir do câncer de mama. Ela estava correta. A mastectomia pode ser indicada para quem tem histórico familiar da doença (a mãe da atriz faleceu em 2007). “De 5 a 10% dos casos possuem origem hereditária. Essas mulheres devem seguir um acompanhamento especial: exames intercalados de mamografia e ressonância a cada seis meses”, destaca Maria Del Pilar, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as chances de cura (que podem chegar a 90% quando o câncer é descoberto logo no início).

Câncer de pulmão

2017: estimativa de 10 890 novos casos em mulheres.
Em 2014: 10 299 brasileiras perderam a vida.
Principais vilões:
Já é de se imaginar que o cigarro é responsável por quase todos os casos – são mais de 500 substâncias cancerígenas jogadas dentro do nosso corpo a cada tragada. E não existe uma quantidade segura para o vício.
Suas estratégias:
– Pare de fumar agora! “Os benefícios começam logo nos primeiros minutos, quando a pressão arterial se normaliza. E, após dez anos, o risco de câncer de pulmão passa a ser igual ao de uma pessoa que nunca colocou um cigarro na boca”, diz Gilberto Castro, médico-chefe do grupo de pulmão do Icesp.
– Mesmo que apenas seu marido mantenha esse péssimo hábito em casa, todas as pessoas ao redor correm o risco de desenvolver a doença (5% dos pacientes não fumam!). “Leva até oito horas para a poluição do cigarro sair de um ambiente fechado”, diz Teresa Yae Takagaki, coordenadora da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
– E agora? Já está decidida a parar de fumar? É para ter medo mesmo: entre todos os tipos de câncer, o de pulmão apresenta maior taxa de mortalidade. “Quando os sintomas aparecem, o estágio costuma já estar bem avançado”, alerta Teresa. A tomografia de rastreamento só deve ser feita a partir dos 55 anos para casos específicos (pessoas que tenham fumado dois maços por dia durante 20 anos). Esperamos que você não chegue a essa quantidade.

Câncer colorretal

2017: estimativa de 17 620 novos casos em mulheres.
Em 2014: 8 457 brasileiras perderam a vida.
Principais vilões:
Pode se despedir do cachorro-quente: a cada 50 gramas de carne processada consumidos por dia, você eleva em 18% o risco de desenvolver câncer de intestino, segundo a Iarc. “Eles são preparados com substâncias de alto potencial cancerígeno, além de sódio e gordura”, alerta a nutricionista Maria Eduarda. Tire do carrinho o macarrão instantâneo, os sucos artificiais e as refeições prontas. Já a carne vermelha deve ser limitada a dois filés por semana. “Algumas de suas proteínas se degradam durante o processo de digestão, gerando substâncias que favorecem danos celulares”, explica Samuel Aguiar Junior, diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo.
Suas estratégias:
– As dicas de nutrição da BF não são importantes só para afinar a cintura. “Esse tipo de câncer vem crescendo entre os brasileiros por causa da dieta repleta de gordura animal e frituras que, de maneira geral, está mais pobre em nutrientes”, diz Fábio Guilherme Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
– Apesar de a colonoscopia só ser indicada após os 50 anos, vale ficar de olho no funcionamento do seu intestino e observar se há mudança de ritmo ou sangue nas fezes. No caso da doença de Chron, da síndrome de Lynch e da polipose intestinal, o acompanhamento começa a partir dos 20 anos. E, diferentemente do que muitos pensam, não existe um exame de sangue que faça o diagnóstico, viu?

Câncer de colo de útero

2017: estimativa de 16 340 novos casos em mulheres.
Em 2014: 5 448 brasileiras perderam a vida.
Principais vilões:
Não, você não precisa parar de transar para evitar o HPV (principal precursor desse tipo de câncer). Mas vamos pedir que se proteja. “Como essas lesões – que podem se formar nas regiões íntimas da mulher (e do homem) – têm uma evolução bem lenta, conseguimos tratá-las antes que se tornem um câncer”, diz Rafael Schmerling, oncologista do Hospital São José, em São Paulo.
Suas estratégias:
– É muito simples: basta fazer o papanicolau a cada três anos (se os dois últimos exames deram negativo). Já em consultas particulares, os médicos solicitam anualmente.
– Sabe as preliminares? O vírus pode estar presente na lubrificação. “A camisinha protege, mas sexo é muito mais do que a penetração. Por isso, o papanicolau se torna indispensável”, alerta o oncologista Cláudio Ferrari.
– Em qual gaveta está sua carteira de vacinação? Trate de separá-la para a próxima ida ao ginecologista. Mesmo que o Sistema Único de Saúde (SUS) só forneça a dose contra o HPV a meninas de 9 a 13 anos, é possível recorrer à rede particular. “Estudos mostram que não há risco de doenças induzidas pela vacina e que, no resto do mundo, os casos de lesões malignas foram reduzidas a quase zero”, diz Maria Del Pilar. Ah! Só para avisar: a injeção dói um pouquinho.


Fonte: http://boaforma.abril.com.br/saude/atitudes-que-ajudam-a-afastar-o-cancer-de-mama-e-outros-tumores/ - Por Daniela Bernardi - g-stockstudio/Thinkstock/Getty Images

sábado, 29 de outubro de 2016

10 sintomas inusitados do câncer

Eles são mais comuns do que você pensa e frequentemente negligenciados. Saiba o que querem dizer - sem precisar entrar em paranoia

Se o rastreamento de alguns tumores por meio de exames ainda gera debates acalorados entre os médicos, existe uma estratégia mais simples (e muito recomendada) que ajuda a detectar a doença mais cedo: prestar atenção nas pistas que o organismo oferece. “Muitas vezes, elas são ignoradas por temor ou comodidade, e aí o indivíduo não procura o especialista”, lamenta o oncologista Alan Azambuja, do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.

Um levantamento realizado pelo Cancer Research UK, fundação inglesa que patrocina pesquisas na área, listou dez sinais da doença ignorados com frequência. Para chegar a eles, cerca de 1 700 pessoas com mais de 50 anos responderam a questionários sobre os incômodos que eles haviam sentido nos três meses anteriores. Metade dos participantes declarou ter experimentado algum sintoma relacionado ao desenvolvimento de um tumor. Os autores selecionaram 50 indivíduos do grupo para uma apuração mais criteriosa e descobriram que 45% nem chegaram a consultar o doutor para ver o que estava acontecendo.

Como você verá a seguir, esses sintomas são bastante triviais e, na maioria dos casos, sugerem problemas fáceis de lidar, como um resfriado ou diarreia. Por outro lado, existe a possibilidade de essas manifestações serem o primeiro vestígio de uma condição mais séria. Então, a pergunta que fica é: quando se inquietar de verdade sem precisar cair na hipocondria? A resposta está na intensidade e no tempo de duração desses sinais. “Se eles persistirem acima de três semanas, é preciso realizar uma investigação aprofundada”, diz a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Em casos específicos, em que há outros fatores de risco envolvidos, não dá nem pra esperar esse período. Se um fumante está com tosse e dificuldades para engolir, por exemplo, já passou da hora de visitar o consultório. Confira agora a relação entre dez sintomas menos conhecidos e o surgimento do câncer:

1.Caroços (pode indicar vários tipos de câncer)
Esses inchaços ocorrem no sistema linfático, rede de vasos e gânglios essenciais para a imunidade. Uma célula cancerosa pode sair de seu lugar de origem e acabar presa ali. “Os caroços são duros e não doem”, diz o oncologista Marcelo Cruz, do Hospital São José, em São Paulo.

2.Dificuldades para engolir (câncer de garganta ou de esôfago)
Lesões malignas nesses órgãos dificultam a deglutição. “Essa obstrução parcial causa um desconforto ao engolir a comida“, conta Maria Del Pilar. Para aliviar o mal-estar, muitos indivíduos adotam uma dieta pastosa e exageram nos líquidos.

3.Tosse e rouquidão (câncer na garganta ou nos pulmões)
São sinais de encrenca nas vias respiratórias. Se um tumor aflige algum setor nos caminhos por onde passa o ar, como os pulmões, o reflexo pode ser uma tosse chata e persistente. “Já o câncer de garganta é capaz de acometer algum nervo que irradia as cordas vocais, prejudicando a fala”, aponta o cirurgião de cabeça e pescoço Carlos Roberto dos Santos, do Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista. Embora esses sintomas sejam ligados a alergias e resfriados, é bom examinar mais a fundo o que está acontecendo se eles teimarem por várias semanas.

4.Mudança na rotina intestinal (câncer colorretal)
Ok, é natural ir mais vezes ao banheiro ou sofrer constipação quando você experimenta novos pratos durante uma viagem, tem uma quebra de hábitos muito brusca ou passa por uma situação de estresse. Mas, se não há nada que justifique o desajuste, é prudente ficar atento. “Dependendo de sua localização, os tumores de intestino grosso aumentam a frequência das fezes e propiciam quadros de diarreia intensa”, informa Maria Del Pilar. Caso a enfermidade se situe na porção final do órgão, perto do reto, o formato do cocô se modifica: ele se torna fino e quebradiço. A colonoscopia, um exame que vasculha as paredes do órgão, é a melhor maneira de verificar se existe uma multiplicação anormal de células na região.

5.Perda de peso sem motivos (vários tipos de câncer)
Tumores conseguem sequestrar parte do combustível que abasteceria as células saudáveis. “Elem usam a energia do organismo para se desenvolver”, esclarece o oncologista Gustavo Fernandes. Não é raro que a condição também abale o apetite, o que faz o peso cair.

6.Alteração no hábito de urinar (câncer de próstata ou de bexiga)
Esse sinal é mais comum em homens. “O crescimento da próstata provoca um estreitamento do canal da uretra, por onde passa a urina”, detalha Alan Azambuja. Aí o sujeito visita o banheiro repetidamente e sente irritação ao liberar o xixi. “O jato de urina fica fraco e há uma sensação de não conseguir esvaziar a bexiga”, descreve Azambuja.

7.Sangramento sem razão (tumores ginecológicos, colorretal e de medula)
A perda de sangue não pode ser considerada normal. “A formação de úlceras na parede de órgãos com câncer leva a sangramentos”, esclarece Cruz. Para piorar, a doença afeta a coagulação. Daí, o líquido vermelho pode ficar fluido demais e escorrer com facilidade.

8.Dor inexplicável (vários tipos de câncer)
Ramificações do sistema nervoso, que gerencia as sensações dolorosas, podem ser afetadas por uma massa tumoral. “Ela aperta os nervos e causa um desconforto constante”, resume Fernandes. A dor é contínua e não passa com analgésicos. Tal sintoma varia de acordo com a posição em que a doença se alastra. “As únicas formas de solucionar a dor é retirar o tumor ou diminuir sua extensão”, diz o médico.

9.Ferida que não cicatriza (vários tipos de câncer)
“O primeiro sinal de câncer na boca ou na garganta é um machucado que não fecha”, alerta Santos. Porém, não basta checar só essas bandas do corpo. Qualquer ferimento na pele que não melhora com remédios e curativos merece cuidados. Isso acontece porque tumores podem interferir na coagulação do sangue e desestabilizar o processo de cicatrização.

10.Modificação na aparência de verrugas (câncer de pele)
Manchas, pintas e verrugas devem ser acompanhadas de perto. “Principalmente aquelas com saliências, bordas irregulares e cores variadas”, detalha Cruz. Também vale cuidado dobrado com estruturas que coçam e sangram. É preciso vigiar a pele no banho e consultar o dermatologista se notar essas marcas estranhas.